“Difícil saber onde ele se encaixa”, diz Yascha Mounk sobre Javier Milei
O presidente da Argentina, Javier Milei (foto), empossado no domingo passado, 10 de dezembro, é uma figura difícil de se classificar nos espectros políticos. Isso é o que afirmou o cientista político Yascha Mounk, da Universidade Johns Hopkins, em Washington D.C., nos EUA, uma das principais referências acadêmicas sobre a crise das democracias e a...
O presidente da Argentina, Javier Milei (foto), empossado no domingo passado, 10 de dezembro, é uma figura difícil de se classificar nos espectros políticos.
Isso é o que afirmou o cientista político Yascha Mounk, da Universidade Johns Hopkins, em Washington D.C., nos EUA, uma das principais referências acadêmicas sobre a crise das democracias e a ascensão do populismo.
“Bem, Javier Milei é uma figura interessante e é um pouco difícil saber exatamente onde ele se encaixa agora”, disse Mounk na edição de Crusoé Entrevistas desta sexta-feira, 15 de dezembro.
Ele explicou que o hoje presidente da Argentina expôs traços típicos de populistas de direita durante a campanha eleitoral em 2023.
O cenário político argentino, entretanto, pode impedi-lo de pô-los em prática ao longo de seu mandato, que se estende até dezembro de 2027.
“Mesmo que Milei seja um populista semelhante a alguns outros, em termos da sua intenção de concentrar o poder nas suas próprias mãos, poderá simplesmente existir demasiados obstáculos institucionais para que ele consiga fazer isso”, afirmou.
Mounk citou, como exemplo, a fragilidade do novo presidente no Congresso.
A princípio a base de Milei no Legislativo chega a até 90 deputados e 13 senadores. Para aprovar medidas, ele precisará de, pelo menos, 129 votos na Câmara e 36, no Senado.
“Penso que os próximos anos nos dirão mais sobre o quão radical ele é e o quanto parte do seu flerte com o sentimento antidemocrático ou com uma reavaliação da ditadura militar na Argentina terá substância”, disse Mounk.
Além disso, o cientista político ressaltou a peculiaridade do fato de Milei se identificar como um libertário; em suma, um defensor radical do Estado mínimo.
“A ideologia dele é um pouco diferente, há uma espécie de elemento radicalmente libertário em sua ideologia, o que é incomum entre os populistas”, afirmou Mounk, que compara o argentino ao ex-presidente americano Donald Trump.
Assista à integra da entrevista:
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