Venezuelanos se preparam para nova onda de repressão
Nas redes sociais, manifestantes compartilham recomendações sobre como proceder ante episódios de repressão da ditadura de Maduro
Os venezuelanos estão se preparando para uma nova onda de repressão estatal com a proximidade da data da posse do ditador Nicolás Maduro.
Nesta sexta, 10, Maduro deve iniciar um terceiro mandato.
A líder da oposição María Corina Machado convocou manifestações nas ruas para esta quinta, 9.
O presidente eleito Edmundo González Urrutia afirmou que viajará para a Venezuela para tomar posse.
Maduro e seus subordinados, por sua vez, têm prometido escalar a violência.
O governo ofereceu uma recompensa de 100 mil dólares para quem der alguma informação sobre o paradeiro de González, que nesta segunda, 6, conversou com o presidente americano Joe Biden na Casa Branca.
O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, anunciou que serão instalados acampamentos de milicianos e jovens em Caracas. Para o dia 10, ele afirmou que haverá uma "Tomada de Caracas".
Máscaras contra gases
Nas redes sociais, há recomendações sobre como proceder nos protestos desta quinta, 9.
Entre elas, estão:
- "Nunca vá sozinho: vá acompanhado de amigos ou pessoas de confiança."
- "Defina pontos de encontro e fuga em caso de dispersão."
- "Leve identificação e números de emergência."
- "Leve óculos de proteção e máscaras contra gases."
- "Leve panos ou máscaras molhadas com bicarbonato ou vinagre para neutralizar o efeito de gases lacrimogêneos."
- "Use capacetes de construção, de moto ou bicicleta para se proteger dos impactos."
- "As motos com chavistas armados (colectivos) atacam rapidamente e em grupo. Quando eles estiverem se aproximando, avise os outros."
- "Marque no aplicativo Waze os pontos onde há policiais ou forças de segurança."
Sacrifício pela democracia
Os venezuelanos já foram para as ruas em outros anos para criticar o autoritarismo de Hugo Chávez e Nicolás Maduro.
As maiores manifestações ocorreram em 2014 e 2017, as quais levaram o Tribunal Penal Internacional, em Haia, a abrir uma investigação por crimes contra a humanidade.
Protestos também aconteceram no ano passado, para contestar a fraude eleitoral do dia 28 de julho.
Em todas elas, homens armados em motos, policiais e militares atacaram a população e prenderam pessoas sem acusação formal.
Cerca de 2 mil venezuelanos que foram detidos após o dia 28 de julho permanecem nos cárceres do país.
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