União deveria intervir mais na segurança pública, diz pesquisador
O advogado e pesquisador em segurança pública Alberto Kopittke devotou parte dos últimos nove anos a responder, por meio de um livro, a uma questão básica: o que, de fato, funciona e não funciona no combate à violência, aos olhos da ciência. O resultado, publicado neste ano, é ao mesmo tempo um bom sinal —...
O advogado e pesquisador em segurança pública Alberto Kopittke devotou parte dos últimos nove anos a responder, por meio de um livro, a uma questão básica: o que, de fato, funciona e não funciona no combate à violência, aos olhos da ciência. O resultado, publicado neste ano, é ao mesmo tempo um bom sinal — as mais de 900 páginas resumidas em um grosso livro provam que há evidências do que funciona e do que não funciona — e um mau agouro — que o poder público no Brasil pouco se atenta a isso.
“Precisamos realmente entender estas evidências. Temos hoje uma ciência de prevenção à violência e do crime que o Brasil está praticamente 50 anos atrasado, desconhecendo estas evidências que aumentam muito efetividade, melhoram o gastos públicos e poderia ajudar várias cidades e estados brasileiros a reduzir os números de violência de maneira concreta”, resumiu o pesquisador, que está em turnê de lançamento da publicação, em entrevista a Crusoé.
Mesmo assim, Kopittke defende uma maior participação do governo federal nas políticas para diminuição destes números.”Precisamos da entrada dos municípios com a entrada de políticas de prevenção mais bem estruturadas”, argumenta. “E sim, o governo federal tem de entrar de uma maneira mais robusta — e não só com recursos. Não basta apenas repassar esses recursos aos estados: é preciso um plano nacional, baseado em evidências”. Modelos de acompanhamento das polícias, como os já adotados na Inglaterra e nos Estados Unidos, seriam medidas eficazes, além do uso de inteligência e mesmo a ampliação do sistema penitenciário federal.
Outros, no entanto, são ainda mais baratos e igualmente eficazes. “Já há casos de sucesso brasileiros onde governadores ou prefeitos criam mesa de gestão com todas as forças de segurança, sistema de justiça, e passa a fazer um monitoramento semanal ou quinzenal dos indicadores de mortalidade, mandando um recado claro que a grande prioridade das forças públicas é reduzir os homicídios”, explica, se valendo de um estudo que deve publicar em breve com pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas. “E isso muda o jogo. Há uma prevenção de mais de 45 mil homicídios com esse modelo de gestão, que não custa talvez nem um centavo.”
Assista à íntegra da entrevista:
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Comentários (2)
Antonio
2023-09-04 09:13:18Não é, nunca será, prioridade do governo do PT o combate a violência. Seu discurso é que a violência é consequência da desigualdade das classes sociais. Suas ações, desde arrocho fiscal, fomento a invasões, perseguição a classes produtivas e populismo surtem e alcançaram os efeitos desejados: igualdade pelo rebaixamento da moribunda classe média, que ele tanto odeia, em direção à classe D e E, tem alcançado êxito total.
Amaury G Feitosa
2023-09-03 17:14:47A União dascfacções investe pesado e não por acaso dominam as periferias das grandes cidades governando o ignaro canelau.