Uma moção de repúdio a Lula pela visita a Cristina Kirchner
Deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança apresentou um pedido de moção de repúdio ao presidente da República

O deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) apresentou uma moção de repúdio ao presidente Lula após ele visitar a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção.
Em sua conta no X, Cristina afirmou que a visita do petista em sua residência, no bairro de Consituición, em Buenos Aires, foi "mais do que um gesto pessoal, foi um ato político de solidariedade."
No pedido de moção de repúdio, o parlamentar argumenta que a visita “representa não apenas um aceno político a uma aliada ideológica, mas também um sinal preocupante de desprezo às instituições de outros países democráticos da América do Sul”.
“O ato enfraquece o compromisso do Brasil com o combate à corrupção e com a defesa do Estado de Direito em sua dimensão internacional”, declarou o deputado.
“Ressaltamos que a missão diplomática brasileira deveria prezar pela neutralidade institucional e pelo respeito às decisões do Judiciário argentino. No entanto, o chefe do Executivo brasileiro optou por demonstrar apoio a uma condenada, tentando conferir-lhe respaldo político, ignorando o devido processo legal e relativizando as sentenças judiciais de outro Estado”, acrescentou Luiz Philippe de Orléans e Bragança.
“Esse tipo de ação mancha a imagem do Brasil no cenário internacional e sinaliza tolerância com práticas condenáveis — a mesma que, no caso brasileiro, resultou no desmonte da operação Lava Jato. Assim, o governo de Lula desmoraliza a luta anticorrupção no Brasil e em toda a América do Sul”, pontuou o parlamentar.
Além dessa manifestação isolada, os deputados federais do Novo apresentaram nesta sexta-feira, 4, um requerimento para que o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, preste esclarecimentos sobre a visita realizada pelo presidente Lula.
Os parlamentares perguntam ao ministro qual foi a natureza oficial da visita realizada por Lula; se a visita integrou a agenda formal da missão diplomática em Buenos Aires; se houve manifestação formal do Itamaraty sobre os efeitos diplomáticos desse encontro; por qual razão Lula não se reuniu com o presidente da Argentina, Javier Milei, durante a mesma viagem; e se houve despesa pública com segurança, logística ou aparato de representação na visita à residência de Kirchner.
Além disso, eles querem saber, entre outros pontos, se a participação de Mauro Vieira em visita ao ativista Adolfo Pérez Esquivel e em ato simbólico segurando cartaz com os dizeres “Cristina libre” (Cristina livre) foi aprovada formalmente por despacho interno; e se o Itamaraty considera compatível com sua missão institucional o envolvimento direto de seu titular em atos com conotação ideológica e partidária.
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Comentários (2)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
2025-07-04 18:51:01Existe a visita solidária e de apoio à um preso(a) que tenha sido injustamente condenado e a existe a visita solidária a um preso(a) legalmente condenada e por um crime imperdoável para um político/administrador público. O segundo caso é o que temos aí, agravado pelo fato do visitante ocupar o mais alto cargo público do Brasil. Lula sempre sentiu que podia fazer o que bem entendesse, conhece muito bem quem vota nele. Os iguais se atraem.
MARCOS
2025-07-04 18:36:34NÃO VEJO NADA DE MAIS EM UM EX-PRESIDIÁRIO VISITAR UMA PRESIDIÁRIA.