Trump reacende controvérsia com novo comentário sobre Jeffrey Epstein
A polêmica também ganhou novos contornos quando Todd Blanche, vice-procurador-geral dos Estados Unidos e advogado pessoal de Trump, entrevistou Ghislaine Maxwell na semana passada

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou novas controvérsias ao discutir sua antiga amizade com Jeffrey Epstein, apesar de ter expressado anteriormente seu desejo de não falar mais sobre o caso.
Em uma postagem em sua plataforma Truth Social, Trump declarou: "Vamos poupar energia para alguém que não interessa a ninguém."
No entanto, em evento na última terça-feira, 29 de julho, Trump retomou o assunto e afirmou que havia encerrado sua relação com Epstein há muitos anos, após o bilionário ter supostamente recrutado funcionários do spa de seu clube particular, Mar-a-Lago.
Quando questionado se esses funcionários eram jovens mulheres, Trump respondeu afirmativamente. Entre elas, ele mencionou Virginia Giuffre, uma figura central nos processos judiciais contra Epstein e Ghislaine Maxwell por tráfico sexual e abuso de menores.
Giuffre, que era uma das principais testemunhas contra Epstein, faleceu em abril deste ano.
Giuffre foi contratada por Maxwell como massagista para Epstein em 2000. Maxwell teria prometido à jovem de 17 anos uma oportunidade de viajar e ganhar dinheiro.
Contudo, mesmo após esse episódio, Trump continuou a falar positivamente sobre Epstein em entrevistas posteriores, revelando um relacionamento amistoso até aproximadamente 2004, quando os dois se desentenderam devido a disputas sobre propriedades em Florida.
Após a prisão de Epstein em 2019, Trump disse que não era fã dele e alimentou teorias conspiratórias sobre a morte do financista enquanto estava sob custódia.
Apesar das promessas de transparência feitas aos seus apoiadores, o presidente tentou se distanciar do tema.
A polêmica, porém, ganhou novos contornos quando Todd Blanche, vice-procurador-geral dos Estados Unidos e advogado pessoal de Trump, entrevistou Ghislaine Maxwell na semana passada.
A condenada a 20 anos de prisão por seu papel nas atividades criminosas de Epstein foi, portanto, abordada pela justiça em circunstâncias incomuns. Normalmente, tais entrevistas são conduzidas por investigadores designados para o caso.
Trump citado nos “arquivos Epstein”
Diante da situação, o senador democrata Dick Durbin solicitou formalmente a divulgação do conteúdo das conversas entre Blanche e Maxwell, levantando preocupações sobre um possível acordo corrupto entre ela e o governo Trump.
A suspeita é que Maxwell possa fornecer informações distorcidas em troca de uma possível clemência por parte do ex-presidente.
Recentemente, relatórios indicaram que Blanche e a procuradora Pam Bondi informaram Trump sobre a menção de seu nome nos chamados "arquivos Epstein" durante uma reunião em maio.
Embora isso não implique necessariamente em irregularidades, levou à decisão de concluir a análise dos documentos relacionados ao caso. Na sequência dessa discussão, tanto o Departamento de Justiça quanto o FBI divulgaram um comunicado minimizando as acusações contra Epstein.
Desconfiança entre apoiadores
No entanto, essa declaração gerou descontentamento entre os apoiadores de Trump e alguns membros do seu governo.
O senador Thom Tillis criticou abertamente a falta de transparência e pediu pela liberação dos documentos relevantes ao público.
Em resposta às intimações para depor emitidas pelo Comitê da Câmara dos Representantes, Maxwell condicionou sua colaboração à concessão de imunidade e outras exigências.
Advogados de Maxwell também apresentaram um pedido ao Supremo Tribunal para anular sua condenação com base em um acordo controverso feito por Epstein em 2007.
Nesse contexto, seus advogados insinuaram a possibilidade de clemência por parte de Trump: "Apelamos não apenas ao Supremo Tribunal, mas também ao presidente para reconhecer a injustiça de transformar Ghislaine Maxwell em um bode expiatório pelos crimes de Epstein."
Uma clemência para Maxwellm entretanto, representa um risco político considerável para Trump, que já enfrenta um desgaste significativo entre seus apoiadores devido a este caso delicado. A questão deverá ser analisada pelo tribunal no próximo mês.
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