Troca no governo britânico não muda envio de armas à Ucrânia
Quando o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou no início de julho que iria renunciar, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto) ligou para o britânico para agradecer o envio de mísseis antitanque, veículos blindados, equipamentos de artilharia, mísseis antiaéreos e munições. "Amigo Boris Johnson, todos os ucranianos ficaram tristes com a notícia da...
Quando o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou no início de julho que iria renunciar, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto) ligou para o britânico para agradecer o envio de mísseis antitanque, veículos blindados, equipamentos de artilharia, mísseis antiaéreos e munições. "Amigo Boris Johnson, todos os ucranianos ficaram tristes com a notícia da sua renúncia como líder do Partido Conservador", disse Zelensky. "Estamos sinceramente gratos pela ajuda decisiva e intransigente desde os primeiros dias da guerra." O governo da Rússia, por outro lado, comemorou a saída de Johnson. "Ele não gosta de nós. E nós também não gostamos dele", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Na disputa para substituir Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e, como consequência, no cargo de primeiro-ministro, restaram apenas dois candidatos: Liz Truss e Rishi Sunak. Até setembro, eles disputarão os votos de entre 180 mil e 200 mil membros do Partido Conservador para ver qual deles será o próximo primeiro-ministro. Independente de quem ganhar o páreo, Zelensky pode ficar despreocupado. Os dois prometem manter a linha de Boris Johnson na relação com o governo ucraniano.
Como ministra de Relações Exteriores, Liz Truss prometeu que manteria o apoio à Ucrânia enquanto fosse necessário para expulsar a Rússia do país. Liz já disse até que considera ser realista tirar os russos da península ucraniana da Crimeia, invadida em 2014.
Rishi Sunak, que foi ministro de Finanças, prometeu redobrar os esforços para ajudar Zelensky a derrotar as forças enviadas pelo russo Vladimir Putin.
"O consenso entre os candidatos parece ser que a política de Johnson para a Ucrânia é a correta, então eu não esperaria ver grandes mudanças de posição sobre esse assunto", diz o cientista político Alan Convery, que estuda o Partido Conservador na Universidade de Edimburgo, na Escócia.
A maior parte dos britânicos apoia a manutenção das sanções econômicas contra a Rússia, mesmo sofrendo internamente com um aumento do custo de vida, e 58% deles aprovam a maneira como Boris Johnson lidou com a guerra. Uma pesquisa do instituto Ipsos também mostrou que o apoio ao ucraniano Zelensky entre os britânicos é altíssimo: 78%.
O próximo primeiro-ministro, portanto, deve seguir com o envio de armas. Além disso, Liz ou Sunak podem querer usar o conflito para se fortalecer, em um momento que a opinião pública está preocupada com a inflação e mais inclinada a apoiar o Partido Trabalhista na próxima eleição.
"Boris Johnson usou a Ucrânia para parecer forte, então é possível que seu sucessor faça o mesmo e tente marcar pontos internamente para construir seu apoio", diz o especialista em relações internacionais Christopher Stafford, do Centro de Política Britânica da Universidade Nottingham, na Inglaterra.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
MARCOS
2022-07-23 06:54:52Ah, se tivéssemos políticos probos e confiáveis neste país, poderíamos implementar o parlamentarismo, mas com pessoas do tipo de um Arthur Lira, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Gleise Hoffman, Maria do Rosário, Carla Zambelli, Alê Silva e muitos outros no Congresso isso seria o fim.