"To Kill a Tiger" explora o horror do estupro coletivo na Índia
Foi no estado indiano de Jharkand que uma brasileira foi vítima de um estupro coletivo por sete homens no último final de semana. Foi no estado também que se passou uma história semelhante, retratada no documentário "To Kill a Tiger", um dos concorrentes ao Oscar de melhor documentário em 2024. O filme de Nisha Pahuja,...
Foi no estado indiano de Jharkand que uma brasileira foi vítima de um estupro coletivo por sete homens no último final de semana. Foi no estado também que se passou uma história semelhante, retratada no documentário "To Kill a Tiger", um dos concorrentes ao Oscar de melhor documentário em 2024.
O filme de Nisha Pahuja, no entanto, tem outros contornos: a vítima do crime é uma garota de 13 anos nativa de uma vila rural, violentada durante um casamento de seu primo. E mostra a reação de um personagem ímpar — Ranjit, o pai da vítima — na busca incansável por justiça.
O filme busca questionar, das mais diversas maneiras, o que há de sistemicamente errado no país mais populoso do mundo, onde uma mulher sofre um estupro a cada 18 minutos, em média. A maior prova de que algo de fato vai errado no país é visto no que talvez são as cenas mais violentas do filme: a reação da comunidade, que primeiro releva o caso, e depois suscita que a vítima se case com um de seus abusadores.
"Eles já transaram, poderiam muito bem se casar", sugere uma das moradoras do vilarejo rural onde o crime aconteceu. Apesar do isolamento geográfico do lugar, o tal "vilarejo" tem cerca de 110 mil habitantes, o que faz a história ganhar força.
E que, talvez, faça a força de Ranjit, o pai da garota, ficar tão evidente. O filme se baseia em uma série de entrevistas com ele e sua família, além de um mergulho na sociedade que permitiu o crime (e que quase proibiu a equipe de filmar no lugar e expor o crime).
Em uma disputa onde todos os documentários do Oscar 2024 têm forte componente político, Crusoé explica o contexto histórico de cada um deles neste domingo.
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