Tensão entre China e Taiwan volta a aumentar
China inicia grande operação militar em torno de Taiwan após venda de armas dos EUA e declarações do Japão
A China iniciou no final de dezembro uma série de manobras militares em torno de Taiwan que endurecem o tom da disputa entre Pequim, Taipé, Washington e Tóquio.
As operações, batizadas de Justice Mission 2025, envolvem tropas terrestres, unidades navais, aviões e foguetes e, segundo o governo chinês, simulam bloqueios, patrulhas de combate e testes de prontidão com munição real em várias zonas marítimas e aéreas ao redor da ilha.
Centenas de aviões e dezenas de navios foram mobilizados, alcançando o maior nível de atividade militar na região em anos, e rotas aéreas e marítimas foram temporariamente afetadas nas últimas semanas.
O momento das manobras não é por acaso. Elas surgem logo depois da aprovação pelo governo dos Estados Unidos de um pacote de vendas de armas a Taiwan que pode ultrapassar os 11 bilhões de dólares, o maior desde 2001, e que sinaliza a manutenção do apoio de Washington à defesa taiwanesa.
Pequim respondeu com sanções a dezenas de empresas de defesa americanas como Boeing e Northrop Grumman e, de forma mais visível, com esses exercícios em grande escala, que o Exército chinês descreve como um aviso a “forças externas” e ao movimento de independência de Taiwan.
Taipei acusa a China de intensificar a pressão e de tentar intimidar sua população e seus aliados, incluindo o Japão.
Comentários recentes de líderes japoneses sobre possível apoio militar em caso de um ataque a Taiwan irritaram Pequim e contribuíram para aumentar a tensão diplomática, aumentando também o foco além do estreito entre Taiwan e a China.
A resposta de Taiwan tem sido posicionar suas próprias forças em alerta e realizar exercícios de prontidão.
Autoridades enfatizam que estão monitorando de perto a situação e que a população não deve ser tomada de surpresa.
Apesar da escalada das tensões, o dia a dia na ilha e os mercados locais mostraram até aqui uma reação relativamente moderada, indicando que muitos observadores e cidadãos compreendem a diferença entre simulações militares de grande porte (já é a sexta desde 2022) e uma escalada real para um conflito aberto.
A China quer reforçar sua mensagem de que considera a ilha parte de seu território e que qualquer interferência externa, seja do Japão ou dos EUA, será enfrentada com firmeza.
Ao mesmo tempo, Estados Unidos e Japão continuam a demonstrar apoio à segurança regional, o que, na prática, torna o estreito de Taiwan um dos principais pontos de atrito geopolítico no leste asiático atualmente.
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