TCU manda BB suspender publicidade após suposta interferência de Carlos Bolsonaro
O ministro Bruno Dantas (foto), do Tribunal de Contas da União, determinou nesta quarta-feira, 27, que o Banco do Brasil suspenda "qualquer veiculação de publicidade" em sites, blogs, portais e redes sociais. A decisão, em caráter cautelar (provisório), atende à representação do Ministério Público junto ao TCU que questionou "interferência indevida" da família do presidente...
O ministro Bruno Dantas (foto), do Tribunal de Contas da União, determinou nesta quarta-feira, 27, que o Banco do Brasil suspenda "qualquer veiculação de publicidade" em sites, blogs, portais e redes sociais. A decisão, em caráter cautelar (provisório), atende à representação do Ministério Público junto ao TCU que questionou "interferência indevida" da família do presidente Jair Bolsonaro na gestão de publicidade da instituição financeira.
Segundo a decisão do ministro, a suspensão deve valer até que a Controladoria-Geral da União certifique veículos que poderão receber recursos públicos via anúncios publicitários ou até que a corte de contas delibere sobre o mérito da questão. Dantas deu um prazo de 90 dias para que a CGU elabore o normativo. A medida não se aplica à propaganda em veículos que tenham concessão pública ou que existam há mais de 10 anos.
Assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, a representação do MP junto ao TCU cita notícias veiculadas na imprensa de que o vereador Carlos Bolsonaro, filho 02 do presidente da República, criticou decisão do banco de suspender anúncios no site Jornal da Cidade Online, veículo já condenado na Justiça pela difusão de notícias falsas. Após a reclamação do vereador, o Banco do Brasil voltou a anunciar no site.
Dantas também determinou que os documentos e dados que embasaram a sua decisão sejam enviados ao Supremo Tribunal Federal para auxiliar no chamado inquérito do fim do mundo, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes para apurar supostas ameaças a integrantes do STF. Nesta quarta-feira, Moraes mandou a Polícia Federal cumprir 29 mandados de busca e apreensão e decidiu intimar oito deputados bolsonaristas a depor, com base no inquérito.
A decisão do ministro do TCU foi tomada em meio à irritação de integrantes do tribunal com o presidente do BB, Rubens Novaes, após tomarem conhecimento que o dirigente chamou a corte de contas de "usina de terror" na reunião ministerial de 22 de abril. Como Crusoé noticiou na segunda-feira, 25, ministros do TCU cobram do ministro da Economia, Paulo Guedes, a demissão de Novaes. O presidente do banco diz que sua fala foi um "arroubo de retórica".
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