Síria já tem primeiro-ministro de transição e nova guerra
Engenheiro Mohammed Bashir já esteve no comando da cidade de Idlib. Confrontos entre grupos pró-Turquia e curdos já começaram
Um dia após a derrubada do ditador Bashar Assad, a Síria já tem um primeiro-ministro para comandar a transição e uma nova guerra acontecendo.
Nesta segunda, 9, o grupo terrorista HTS nomeou o engenheiro sírio Mohammed Bashir para ser o primeiro-ministro durante a transição.
Bashir já esteve no "Governo de Salvação", que administriu regiões no noroeste da Síria e a cidade de Idlib.
Quem é o primeiro-ministro da transição
Diplomado em engenharia eletrônica, Bashir completou um curso de inglês avançado, dado pelo Ministério da Educação, antes do início da guerra civil, em 2011.
A guerra foi congelada em 2016 e a cidade de Idlib ficou sob controle dos rebeldes.
Em 2021, o engenheiro formou-se em lei islâmica pela Universidade de Idlib.
Nesse mesmo ano, ele deixou o governo e se juntou aos "revolucionários", segundo seu currículo.
Entrada no governo
Em janeiro de 2024, Bashir foi escolhido para ser o primeiro-ministro do Governo de Salvação em Idlib.
Não houve eleição, mas uma nomeação por um conselho religioso.
No início de dezembro deste ano, Bashir viajou para Aleppo, cidade que tinha acabado de ser retomada do regime de Assad.
Sua missão foi supevisionar a reabertura de escritórios governamentais.
Bashir elogiou funcionários que aceitaram continuar trabalhando em suas funções.
O que esperar do novo governo em Damasco
O governo do HTS em Idlib dá dicas do que pode acontecer na capital da Síria, após a derrubada de Assad.
Em Idlib, o governo do HTS não permitiu qualquer crítica ao seu governo.
Mulheres puderam seguir estudando em universidades e seguindo suas carreiras profissionais.
Elas não foram obrigadas a usar burcas, mas tiveram de passar a usar um véu islâmico.
Minorias religiosas foram respeitadas. Os cristãos, por exemplo, não tiveram problemas para decorar suas casas para o Natal.
Nova guerra
Bashir assume o governo de transição no momento em que uma nova guerra começa.
Rebeldes financiados pela Turquia atacaram os curdos na cidade de Manbij, no norte do país.
Sem a presença das Forças Armadas de Assad, os grupos pró-Turquia terão mais liberdade de locomoção. Com isso, os confrontos entre grupos apoiados pelo presidente Recep Tayyip Erdogan e os curdos, apoiados pelos americanos, devem aumentar.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-12-10 11:25:04Sai uma ditadura assassina e entra uma ditadura fundamentalista ... e nada mais.