Sindicatos da Venezuela condenam prisão de dois representantes
Detidos em novembro, eles estão sem contato com a família e sem poder falar com advogados
A Confederação dos Trabalhadores Venezuelanos (CTV) condenou na terça, 23, a prisão dos líderes sindicais José Elías Torres e William Lizardo.
“A liberdade sindical é uma condição indispensável de um sistema democrático. A liberdade dos dirigentes sindicais é uma garantia do Estado de Direito, com fundamentos legais, constitucionais e internacionais”, afirmou a organização em um comunicado divulgado para a agência Efe.
De acordo com a CTV, as prisões, que ocorreram em novembro, foram ilegítimas e os presos estão sem direito a advogados e foram isolados de seus familiares.
Torres é o secretário-geral da CTV e representa a federação sindical no Fórum de Diálogo Social, espaço que reúne representantes do Poder Executivo, associações patronais privadas, federações sindicais e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Lizardo é presidente da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil, identificada pela CTV como um setor relevante dentro da economia nacional.
A CTV também exigiu prova de vida dos líderes sindicais e reiterou seu pedido de libertação “imediata”.
O filho de José Elias, Mario Elias, afirmou que está sem conhecer o paradeiro de seu pai desde a prisão.
Negação
O ditador Nicolás Maduro (foto), que perdeu as eleições em 28 de julho do ano passado mas não entregou o poder, nega que existam presos políticos na Venezuela.
"Dizem que são presos políticos, mas não são... são pessoas que queimaram, que atacaram, que ameaçaram, que agrediram, destruíram e mataram", afirmou Maduro, em dezembro do ano passado.
Sete pessoas que foram detidas após a fraude eleitoral do ano passado já morreram nos calabouços da ditadura venezuelana.
Nobel da Paz
Nesta quarta, 24, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, denunciou ameaças de execução extrajudicial contra presos políticos na prisão de El Rodeo.
Em postagem no X, Corina responsabilizou o regime chavista por quaisquer danos físicos ou psicológicos que possam ocorrer aos detentos.
"Nas últimas horas, recebi informações sobre ameaças diretas e sistemáticas de execução extrajudicial contra presos políticos detidos na prisão de El Rodeo, na Venezuela. Essas ameaças, emitidas por funcionários do aparato repressivo do regime, constituem crimes contra a humanidade, graves violações do Direito Internacional Humanitário e um risco iminente para a vida de indivíduos atualmente mantidos como reféns pelo Estado. São atos diretos e repetidos de intimidação dirigidos a pessoas completamente indefesas, privadas de sua liberdade e sob custódia estatal", escreveu.
"Exigimos proteção imediata para os presos políticos, acesso a observadores independentes e garantias efetivas de segurança pessoal e de vida. Vidas estão em risco hoje."
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)