Sequestro de ativista venezuelana completa 1 ano
María Oropeza, que trabalhava com María Corina Machado, está detida no centro de torturas Helicóide, em Caracas

O sequestro da ativista venezuelana María Oropeza completa 1 ano nesta quarta, 6.
Ela foi detida pela Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), um dos principais órgãos de tortura, sem qualquer ordem judicial, por se posicionar contra a ditadura de Nicolás Maduro.
María trabalhava na campanha presidencial de María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição mas foi impedida de concorrer na eleição em 28 de julho do ano passado.
Por meio de uma fraude eleitoral, Maduro declarou-se vencedor e seguiu comandando o país com mão de ferro.
María tem sido mantida no maior centro de tortura da Venezuela, o temido Helicóide, em Caracas.
"Durante os primeiros meses após o sequestro, a família de María ficou sem notícias. Apenas após mais de dois meses, sua mãe conseguiu visitá-la e confirmou que María está detida no Helicóide — conhecido como o maior centro de tortura da América Latina", afirmou em nota a organização internacional Ladies of Liberty Alliance, Lola Brasil, organização da qual María Oropeza era parte.
A mãe de María, Flor, divulgou uma mensagem nesta quarta no Instagram: "Já faz um ano que meu coração e minha alma ficaram tristes. Sequestraram minha princesa! Peço a Deus, em nome de Jesus Cristo, que ela seja libertada com os demais presos políticos! Eu te amo! Sua mãe sempre estará te esperando! Seria um crime pensar diferente".
"Estão destruindo a porta"
O momento da prisão em 6 de agosto de 2024, quando oficiais da ditadura invadem sua casa, foi transmitido ao vivo por meio da conta de María no Instagram.
“Estão entrando em minha casa de maneira arbitrária, não há ordem de invasão. Estão destruindo a porta. Não sou criminosa, sou apenas uma cidadã que quer um país diferente”, disse María Oropeza.
Segundo informações obtidas pelo Lola Brasil, em contato direto com a família, atualmente os familiares têm conseguido visitá-la quinzenalmente.
Em agosto de 2024, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) emitiu a Resolução 46/2024 concedendo medidas cautelares em favor de María Oropeza, reconhecendo que seus direitos estão em grave risco de danos irreparáveis.
O regime ignorou o prazo dado pela comissão e acompanhada por uma intensificação dos esforços de intimidação.
A DGCIM divulgou um vídeo de María sob custódia, numa tentativa de controlar a narrativa e deslegitimar a pressão internacional.
“María é nossa amiga. Ver alguém que admiramos ser sequestrada por uma ditadura simplesmente por defender a liberdade de seu povo é revoltante. É um lembrete brutal do que regimes autoritários fazem com quem ousa pensar diferente. Não vamos descansar enquanto María estiver atrás das grades”, afirma Letícia Barros, presidente do Lola Brasil.
Até o momento, o governo brasileiro não fez qualquer declaração condenando as violações de direitos humanos na Venezuela.
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