Senadores disputam relatoria de projeto que libera a jogatina
Aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 24, o projeto de lei que legaliza os jogos de azar vai começar a tramitar no Senado nesta semana. Nos bastidores, parlamentares contrários e favoráveis ao texto disputam a relatoria da proposta, que enfrenta forte resistência da bancada evangélica. Defensor da legalização dos jogos, o senador Ângelo...
Aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 24, o projeto de lei que legaliza os jogos de azar vai começar a tramitar no Senado nesta semana. Nos bastidores, parlamentares contrários e favoráveis ao texto disputam a relatoria da proposta, que enfrenta forte resistência da bancada evangélica.
Defensor da legalização dos jogos, o senador Ângelo Coronel (foto), do PSD da Bahia, pleiteia o posto de relator. Além do baiano, o senador Irajá, do PSD do Tocantins, é outro representante ativo da bancada dos jogos no Senado. Adversários do projeto, entretanto, pressionam o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, a não entregar o comando da discussão a um parlamentar tão associado à legalização de cassinos, bingos e do jogo do bicho.
Ângelo Coronel foi relator de uma proposta de autoria do senador Roberto Rocha, do PSDB, que liberava cassinos em resorts. O relatório do parlamentar, entregue no fim de fevereiro, ampliou o escopo para legalizar todas as modalidades de jogos. Por isso, o senador do PSD diz querer relatar o texto que veio da Câmara. “O jogo já existe, até mesmo em igrejas, em delegacias. Então por que não legalizar para gerar imposto para o governo? Hoje, é impossível pensar em repressão contra jogos de azar”, justifica o senador.
Um dos mais fortes opositores à legalização dos jogos de azar, o senador Eduardo Girão, do Podemos, tenta mobilizar colegas contra a iniciativa. “O jogo não gera renda nem tributo. Pelo contrário, gera desemprego, porque existe um processo de canibalização, tudo ao redor dos cassinos morre, os outros comerciantes em volta fecham as portas”, justifica. “Sem falar na questão da tragédia social, porque a família é devastada com isso. O jogo gera mais crimes, problemas de vícios, suicídio”, acrescenta Girão.
O presidente do Senado terá que decidir se leva o projeto diretamente para discussão em plenário, como pleiteiam os defensores da legalização, se cria uma comissão especial para discutir o tema ou se determina o trâmite normal da proposta, com a votação em três comissões temáticas já existentes.
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Comentários (4)
Marco
2022-03-07 10:42:24Confesso que não tenho opinião formada sobre o tema. Seria muito interessante a Crusoé fazer uma análise mais completa sobre o tema na edição semanal, mostrando os prós e os contras sobre o tema, mostrando exemplos bons e ruins ao redor do mundo.
Amyr GF
2022-03-07 10:32:39alguns não querem jogo algum no país são tão cegos que nem imaginem que existem as lotos da Caixa ... qual a diferença? é D+.
Nyco
2022-03-07 10:02:04Parabéns senador Eduardo Girão. Toda e qualquer jogatina só traz desgraça e tragédia familiar.
William Justino dos Santos
2022-03-07 09:56:24Sou a favor da liberação (com legislação rígida e clara!!) dos jogos de azar... Hoje quem joga escondido não paga impostos... em compensação a maior parte da população paga imposto sobre itens de alimentação...