Senado aprova adiamento das eleições, mas Centrão resiste à PEC na Câmara
O Senado aprovou com folga nesta terça-feira, 23, a proposta de Emenda à Constituição que estabelece o adiamento das eleições municipais devido à pandemia do novo coronavírus. O texto determina a realização do primeiro e segundo turnos do pleito em 15 e 29 de novembro, respectivamente. No primeiro turno, o projeto recebeu o aval do...
O Senado aprovou com folga nesta terça-feira, 23, a proposta de Emenda à Constituição que estabelece o adiamento das eleições municipais devido à pandemia do novo coronavírus. O texto determina a realização do primeiro e segundo turnos do pleito em 15 e 29 de novembro, respectivamente.
No primeiro turno, o projeto recebeu o aval do plenário com 67 votos favoráveis e oito contrários, além de duas abstenções. No segundo, 64 senadores disseram "sim", sete falaram "não" e um se absteve. A matéria segue para o crivo da Câmara. Lá, o placar elástico não deve se repetir.
Com a resistência do Centrão, a casa, onde são necessários pelo menos 308 votos para a aprovação, está longe de alcançar o consenso pela mudança do calendário eleitoral. Os deputados do grupo têm sido pressionados por prefeitos que buscam a reeleição. Os gestores municipais argumentam que, quanto maior a distância até o pleito, mais tempo os adversários terão para desgastá-los e mais caras ficarão as campanhas.
Com 39 deputados em exercício, o PP discutiu o assunto mais cedo. Na reunião, a maioria maciça posicionou-se pela manutenção do atual cronograma, que prevê as votações em 4 e 25 de outubro. A exemplo do que ocorreu no Senado, a legenda deve liberar a bancada para votar de forma independente.
O PL, que tem 41 parlamentares, pretende fechar questão sobre o tema em uma reunião nesta quarta-feira, 23. Lideranças ouvidas por Crusoé, contudo, adiantaram que, em conversas informais, boa parte dos deputados disse discordar do texto aprovado pelos senadores. A situação é a mesma do PSD e do DEM, os quais, juntos, têm 63 parlamentares em exercício.
Com 32 representantes, o Republicanos está alinhado contra a postergação da escolha de prefeitos e vereadores. "Não há nenhum critério técnico apresentado até agora que comprove que, com mais 30 ou 40 dias, não haverá nenhum tipo de risco", pontuou o vice-líder do partido na Câmara, Silvio Costa Filho. "Melhor passarmos logo pelas eleições para que o Congresso possa gastar toda a sua energia na agenda de reformas."
Há dias, o PTB firmou posição contra a alteração do calendário eleitoral. Haverá uma nova rodada de conversas, mas o líder da sigla, Pedro Lucas Fernandes, reconhece que a mudança é pouco provável.
Dos partidos alinhados à centro-direita, o Solidariedade é o único a ter maioria favorável às votações em novembro. " A gente tem de ter muita cautela e responsabilidade. Temos de ser guiados pela ciência. Muita gente quer que mantenha, mas é uma questão sanitária", explicou o deputado Augusto Coutinho.
Os partidos de oposição – PT, PSOL, PCdoB, PV, PDT e PSB – já fecharam questão pelo adiamento.
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