Rússia é o país que mais recebe notas de comunidade
Ministério de Relações Exteriores de Putin, agência Tass e Embaixada russa na África do Sul já levaram 306 correções dos usuários
A ditadura de Vladimir Putin (foto) é o país que mais recebe notas de comunidade na rede X.
De acordo com o ranking divulgado pela plataforma com os perfis que mais recebem avisos por publicarem desinformação, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia (mfa_russia) já recebeu 129 notas da comunidade.
O órgão governamental está em 36º lugar no ranking geral, que inclui contas diversas, como a brasileira Choquei.
A Embaixada Russa na África do Sul está em 57º lugar, com 104 notas.
A versão em inglês da agência oficial russa Tass está na 73ª posição, com 81 notas.
Todas estão ligadas ao Kremlin.
Fake news histórica
Os diplomatas de Putin não têm qualquer pudor em falsificar dados históricos amplamente conhecidos.
No dia 17 de setembro do ano passad, o Ministério russo publicou um vídeo de tanques soviéticos na Polônia e a seguinte mensagem:
"Em 17 de setembro de 1939, o Exército Vermelho lançou uma operação militar nas regiões orientais da Polônia, impedindo o genocídio da população da Belarus Ocidental e da Ucrânia Ocidental", diz o texto oficial.
A nota de comunidade corrigiu a informação:
"A operação soviética na Polônia não teve nada a ver com 'prevenir genocídio'. Os soviéticos invadiram a Polônia ao lado dos nazistas como parte do secreto Pacto Molotov-Ribbentrop, durante o qual os nazistas e os soviéticos estabeleceram esferas de influência e concordaram em compartilhar a Polônia", afirma a correção da comunidade.
Entre os links de referência estão páginas de um site sobre Anne Frank, de um Museu da Segunda Guerra, da Wikipedia e da enciclopédia Britannica.
Notícias mentirosas
A invasão russa da Ucrânia é um dos temas preferidos da agência Tass.
Em uma publicação de maio, a Tass afirmou:
"As tropas russas destruíram 600 aviões de guerra ucranianos e 1.300 lançadores múltiplos de foguetes desde o início da operação militar especial na Ucrânia", diz o texto oficial.
A expressão "operação militar especial" é como o Kremlin chama a guerra iniciada por Putin.
A nota da comunidade deixa claro que os números são irreais, citando um artigo do jornal Politico.
Simplesmente não haveria tantas aeronaves ucranianas que a Rússia pudesse derrubar.
"Esses números são completamente inventados. Em 2022, a Ucrânia tinha 71 caças Su-27 e MiG-29, 14 bombardeiros Su-24M e 31 aeronaves de ataque Su-25. Recebeu 33 de parceiros. É difícil ver como a Rússia poderia ter abatido 600 das cerca de 150 aeronaves realmente existentes", diz a correção feita pelos usuários.
Leia em Crusoé: O perfil brasileiro que mais recebe notas de comunidade
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