Rival do Talibã, Estado Islâmico pode se aproveitar do caos em Cabul
A tomada de poder pelo Talibã no Afeganistão no último dia 15 fortaleceu a sua aliada Al Qaeda, mas a conquista também pode criar oportunidades para um dos seus inimigos, o igualmente terrorista Estado Islâmico, o EI. Aproveitando-se da desordem no país, os terroristas do EI podem desferir ataques contra soldados americanos que ajudam na...
A tomada de poder pelo Talibã no Afeganistão no último dia 15 fortaleceu a sua aliada Al Qaeda, mas a conquista também pode criar oportunidades para um dos seus inimigos, o igualmente terrorista Estado Islâmico, o EI. Aproveitando-se da desordem no país, os terroristas do EI podem desferir ataques contra soldados americanos que ajudam na evacuação de pessoas pelo aeroporto de Cabul.
O EI tem uma filial no Afeganistão chamada Estado Islâmico da Província de Khorasan (conhecido como Isis-K ou ISKP, na foto). Criada em janeiro de 2015, a facção conta com 2 mil integrantes e já realizou diversos ataques em Cabul.
"Acho que a tomada de poder do Afeganistão pelo Taleban aumenta as chances de um ataque terrorista do Estado Islâmico da Província de Khorasan, especialmente no curto prazo. Cabul está mergulhada no caos e na anarquia, condições nas quais o EI poderá prosperar. Há tanta confusão no aeroporto que isso deixa os soldados americanos e as aeronaves que pousam e decolam em uma posição vulnerável", diz o cientista político Colin Clarke, especialista em terrorismo e autor do livro Depois do Califado.
A vitória do Talibã, rival do Estado Islâmico, provavelmente deve levar esse último grupo terrorista, que já dominou amplos territórios na Síria e no Iraque, a tentar atrair novamente a atenção. Os dois bandos competem entre si por prestígio, por fundos e no recrutamento de radicais.
"Ainda é cedo para dizer qual desses grupos atrairá mais soldados novos. Há um ditado que diz que 'quando a maré sobe, todos os barcos se levantam'. Acho que é isso que veremos no Afeganistão. Todos os grupos jihadistas acabarão se beneficiando de um fluxo de recrutas, incluindo de estrangeiros", diz Clarke.
No domingo, 22, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou em uma entrevista que está preocupado com a ameaça do Estado Islâmico. “A ameaça é real. É grave. É persistente. E é algo em que estamos concentrando com todas as ferramentas de nosso arsenal”, disse Sullivan.
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Comentários (2)
Eliseu
2021-08-24 15:15:24Não seria ótimo para as pessoas de bem do Afeganistão se EI e Talibã matassem uns ao outros, como na guerra de Gideão e seus 300 homens contra os midianitas?
Odete6
2021-08-24 15:08:56Sásinhora.... é muita desgraça pra um só país!!!!.... Não fosse a população civil, seria ótimo que esses grupos se engalfinhassem e se acabassem num processo de ""subespéciefagia""!!!! Mas a real envolve as pobres vitimas civis numa tragédia inominável!!!!... Como um país e uma nação chegam a esse ponto tenebroso de selvageria e primitivismo.....