Reino Unido susta envio de equipamento militares a Israel
Medida ocorre no mesmo dia em que israelenses protestam contra governo de Benjamin Netanyahu
O Reino Unido anunciou nesta segunda-feira, 2, a suspensão do envio de alguns materiais militares para Israel. Segundo o chanceler David Lammy, que apresentou a medida ao parlamento britânico, ela não deve ser interpretada como um embargo abrangente. Atingirá 30 de cerca de 350 itens exportados pela indústria local — os quais ofereceriam "risco de utilização em desacordo com as leis de proteção humanitária”.
O volume de equipamentos vendido a Israel pelos britânicos é relativamente baixo. São sobretudo peças de aeronaves, rifles e explosivos. Segundo as últimas cifras divulgadas, as exportações totalizaram 55 milhões de dólares em 2022. Para efeito de comparação, os Estados Unidos têm fornecido 3,8 bilhões de reais em armas a Israel desde 2016, quando os dois países fecharam um acordo de cooperação militar.
Desde a vitória do Partido Trabalhista nas eleições de julho, o governo britânico adotou uma posição menos enfática de apoio a Israel. No final de julho, o primeiro-ministro Keir Starmer retirou as objeções do governo anterior à tentativa do promotor do Tribunal Penal Internacional de emitir um mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse estar "decepcionado" com a decisão britânica, acrescentando que ela envia "uma mensagem muito problemática à organização terrorista Hamas e seus patrocinadores no Irã".
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse estar desapontado com a decisão. "Isso ocorre em um momento em que lutamos uma guerra em sete frentes diferentes, uma guerra que foi iniciada por uma organização terrorista selvagem, sem provocação,” disse ele. "Num momento em que lamentamos seis reféns que foram executados a sangue frio pelo Hamas dentro de túneis em Gaza. Em um momento em que lutamos para trazer 101 reféns para casa."
Neste domingo, 1º de setembro, Israel anunciou ter recuperado os corpos de seis reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro. Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), os corpos foram encontrados no sábado, em um túnel na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, logo após os reféns terem sido assassinados pelos terroristas.
A notícia desencadeou grandes manifestações e uma greve geral nesta segunda-feira, pressionando o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a negociar um cessar fogo e trazer para casa os reféns que continuam em Gaza.
Numa entrevista coletiva, no entanto, Netanyahu disse que ceder sob pressão após o assassinato dos seis reféns mandaria a mensagem errada aos terroristas. Segundo ele, há uma única opção para o fim da guerra: “Quando o Hamas não mais governar Gaza.”
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