Rachado, Cidadania volta a discutir criação de federação
Em meio a um racha interno, o Cidadania volta a discutir no final da tarde desta terça-feira, 15, a criação de uma federação partidária para as eleições. Na legenda, dirigentes e parlamentares divergem sobre a possibilidade de união com outra sigla e a aliança ideal. A agremiação recebeu propostas do Podemos, do ex-ministro da Justiça...
Em meio a um racha interno, o Cidadania volta a discutir no final da tarde desta terça-feira, 15, a criação de uma federação partidária para as eleições. Na legenda, dirigentes e parlamentares divergem sobre a possibilidade de união com outra sigla e a aliança ideal.
A agremiação recebeu propostas do Podemos, do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, e do PSDB, do governador de São Paulo, João Doria, ambos candidatos ao Planalto. Representantes do partido também se reuniram com os presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do PDT, Carlos Lupi.
O Cidadania iniciou as discussões sobre o tema em 1º de fevereiro. Sem consenso, a Executiva deixou a decisão nas mãos do Diretório Nacional, composto por 112 integrantes. A reunião está marcada para as 18 horas.
A bancada de São Paulo e o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, defendem a união com o PSDB. Pré-candidato da legenda ao Planalto, o senador Alessandro Vieira, e os diretórios de Sergipe e do Paraná estão inclinados a apoiar a federação com o Podemos. Grupos do Ceará, estado dos irmãos Gomes, e do Distrito Federal são simpáticos à coligação com o PDT.
Vieira avalia que, antes de decidir com quem se federar, o partido precisa construir regras transparentes que lhe garantam espaço na formação de chapas majoritárias e proporcionais. O parlamentar frisa que o alinhamento precisa ocorrer de forma célere para não atrapalhar a criação de nominatas para 2022, já que a janela partidária está próxima -- ocorrerá entre 3 de março e 1º de abril.
"A federação vale para as eleições de 2022, 2024 e para o início das negociações de 2026. Precisamos de regras que garantam espaço para que os dois partidos possam apresentar candidatos e de critérios para definir quem serão os concorrentes a cargos majoritários e proporcionais. Claro que podemos estabelecer uma preferência para aqueles que já ocupam mandatos, mas sem vetar a renovação", pontuou.
Vice-presidente do Cidadania no DF, o ex-senador Cristovam Buarque é contra a participação do Cidadania em uma federação. "Mesmo que esse mecanismo nos ajude a superar a cláusula de barreira, creio que o partido terá deputados, mas perderá identidade. Ou seja, o Cidadania não ultrapassaria a cláusula de barreira política, embora ultrapassasse a eleitoral. Ficaríamos sem discurso sobretudo para a juventude, que busca algo novo. Algo novo não vem de outros partidos, ainda menos do PSDB e do Podemos", argumentou.
Cristovam, porém, avaliou que, se o Cidadania, de fato, for em frente com a negociação, deve se unir ao PDT, de Ciro Gomes. "Fora do PDT, descaracteriza a história do Cidadania, que se propôs a ser uma modernização da esquerda", disse.
O ex-senador ainda defendeu o adiamento do debate, visto que o Supremo Tribunal Federal estendeu o prazo para o registro das federações. "O Cidadania continua rachado e, amanhã (nesta terça-feira), estará mais rachado ainda, porque o Diretório Nacional incorpora os presidentes dos diretórios regionais. E, quando eles analisam as consequências da federação para a eleição de deputados em seus estados, fica muito difícil."
Freire, por sua vez, não esconde a preferência pela união com o partido de João Doria. “A minha visão é de que, como teremos que conviver quatro anos com o partido com o qual federarmos, para garantir a atividade política, seria melhor fecharmos com o PSDB, porque temos mais convergência programática e de visão de mundo.”
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Comentários (6)
PAULO
2022-02-15 15:40:421- Cristovam Buarque, professor, vc estava dormindo este tempo todo? O PT pilhou o Brasil, e o Bolsonaro está nos afundando num buraco sem precedentes. Novidade no Brasil foi o combate à corrupção feito pela Lava Jato. Algo pertinente para melhorar a situação de vida dos mais pobres, onde atualmente eu me incluo, é implementar um liberalismo com garantias sociais, tal qual proposto pelo Hayek e Friedman, que garantiria a sobrevivência no presente, permitindo perspectivas para o futuro.
Eduardo
2022-02-15 15:28:01Alessandro Vieira precisa pular fora desse saco de gatos
Nelson
2022-02-15 12:17:30Buarque insinua que o PDT do coroné Ciro seria uma modernização? Uau.
FRANCISCO AMAURY GONÇALVES FEITOSA
2022-02-15 09:56:03O Cidadania é o velho PCBão com vergonha da opção .. inexpressivo mas com um ótimo senador este Alexandre Vieira que só precisa esquecer as insanidades comunas para lutar peja verdadeira cidadania que é a liberdade jamais o regime assassino comunifascista tão pregado e na moda para ignorantes e idiotas.
MARCIO
2022-02-15 09:27:42Por isso o nulo é a melhor opção, sempre
Jose
2022-02-15 09:15:58Que confusão. Aparentemente eles não sabem o que fazem. Partidos no Brasil não possuem ideologia. São compostos apenas por um bando de políticos aglomerados de acordo com os seus interesses paroquiais.