Quem se deu bem nas redes sociais na crise do tarifaço
Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro conseguiu cobertura positiva graças ao alto engajamento da base própria de seguidores

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (foto) foi a presidenciável que teve o melhor desempenho nas redes sociais durante a crise do tarifaço.
De acordo com o Índice Datrix de Presidenciáveis (IDP), que mede a performance digital dos nomes cotados para 2026, Michelle Bolsonaro mais que dobrou sua pontuação no IDP, alcançando 27,15 pontos.
O avanço foi puxado por aumento de 50% no desempenho de suas redes próprias, com taxa de engajamento de 1,42%, a maior do mês.
A Datrix aplica inteligência artificial para analisar milhões de postagens nas plataformas X (Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky e YouTube, gerando semanalmente uma nota entre -100 e +100 para cada presidenciável.
Os presidenciáveis que caíram no ranking da Datrix foram o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Base própria de seguidores
Apesar do crescimento, Michelle enfrentou pressão no mar aberto das redes, influenciada por críticas ligadas a figuras do PL e à influenciadora Teônia Mikaelly Pereira, que a chamou de "ex‑garota de programa" e venceu um recurso na Justiça com base em precedentes sobre liberdade de expressão.
“Michele Bolsonaro tem uma característica interessante, que também encontramos em influenciadores digitais: ela tem alto engajamento da base própria de seguidores. Isso a ajuda a reverberar mais e melhor temas positivos e a defende de forma mais eficiente de ataques”, diz João Paulo Castro, cientista de dados e CEO da Datrix.
Michelle tem 91,6 mil seguidores no X e outros 7,3 milhões no Instagram.
Tarcísio e Eduardo, contudo, caíram no ranking. "Eles foram diretamente afetados por ataques relacionados ao tarifaço, sobretudo Eduardo", afirma Castro.
Lula
Em segundo lugar no ranking IDP, atrás Michelle, vem o presidente Lula.
"Lula subiu à vice-liderança com 21,20 pontos, impulsionado por alta de 25% no engajamento das redes oficiais e por menções favoráveis no contexto internacional, especialmente durante a cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, quando criticou o unilateralismo dos Estados Unidos e rejeitou o tarifaço, em discurso que associou à defesa da soberania nacional. Embora o saldo do mar aberto siga negativo, houve leve melhora no período. Críticas à política econômica e ao foco antecipado na eleição de 2026 foram parcialmente neutralizadas por narrativas da base, que associaram sua atuação à defesa da soberania nacional", afirma o relatório da Datrix.
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