Quem não vai para o funeral do papa Francisco
Receio de prisão, de golpe e inexistência de relações diplomáticas afasta ditadores de cerimônia de despedida do pontífice

O funeral do papa Francisco reunirá os principais líderes políticos de todo o mundo no próximo sábado, 26.
Entre os confirmados está o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fará sua primeira viagem internacional desde que retornou à Casa Branca.
No entanto, outros chefes de Estado ficarão de fora por receio de serem presos ou divergências com a Igreja Católica.
Daniel Ortega
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, quase nunca viaja para fora de seu país.
Ortega é paranoico, e teme que seu lugar seja ocupado se ele estiver ausente.
Além disso, em seu regime conjugal com a primeira-dama Rosario Murillo, ele tem liderado uma perseguição aos membros da Igreja Católica.
No ano passado, o então presidente da da Conferência Episcopal, dom Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, foi expulso do país.
Em 2023, o Coletivo de Direitos Humanos Nicarágua Nunca Mais denunciou a detenção de religiosos em Sébaco, Ciudad Darío, Solingalpa, San Ramón, San Isidro e Matigu
Além disso, o regime asfixiou financeiramente contas bancárias da Rádio María, que atuava no país há mais de 40 anos.
Putin e Netanyahu
Outras duas ausências devem ser o ditador russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Ambos foram alvo de mandados de prisão expedidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra humanidade.
Putin é acusado de ser responsável pela “deportação ilegal” e “transferência ilegal” de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia.
Segundo o TPI, Netanyahu privou a população de Gaza de ter acesso a "objetos indispensáveis à sua sobrevivência, incluindo alimentos, água, remédios e suprimentos médicos, bem como combustível e eletricidade, de pelo menos 8 de outubro de 2023 a 20 de maio de 2024”.
O receio deles é ter o mesmo fim do ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que foi preso em Manila quando chegava com sua família de Hong Kong.
Duterte também foi acusado de crimes contra a humanidade.
Xi Jinping
A participação do ditador chinês, Xi Jinping, é improvável.
A China é um Estado ateu, que tenta controlar a atuação dos padres católicos em seu território.
China e Vaticano não têm relações diplomáticas formais desde 1951.
Em 2023, o pontífice disse que estaria pronto para visitar Pequim, mas a viagem não aconteceu.
O posicionamento do Vaticano favorável a Taiwan também dificulta a ida de Xi Jinping ao funeral de Francisco.
O Vaticano é um dos poucos Estados que reconhece a soberania de Taiwan.
Leia mais: "Os líderes mundiais que estarão no funeral do papa Francisco"
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