KremlinO ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belusov

Quem é o civil que Putin colocou no lugar do seu general de guerra

13.05.24 10:08

Logo no início do seu quinto mandato — e no segundo ano de sua invasão à Ucrânia — Vladimir Putin surpreendeu ao trocar o seu ministro da Defesa. Saiu o general Serguei Shoigu, um dos mais próximos aliados do líder russo, e entrou Andrei Belusov, um economista de formação civil com ascensão incomum dentro do Kremlin. Uma mudança surpreendente.

Isso porque Shoigu, que assumiu o cargo em novembro de 2012, foi uma figura tão importante que chegou a ser apontado como um possível sucessor de Putin se este um dia deixar o poder. Nesta década, ele continuou a política de modernização do setor de defesa russo, além de instalar a política de ação militar russa no exterior. Com ele, o país passou a coordenar ataques na Síria em favor de Bashar al-Assad, e passou a aplicar mercenários do grupo Wagner em países na África.

Mas foi na vizinha Ucrânia que Shoigu deixou sua marca. Shoigu foi o grande fiador da campanha russa, que começou com a invasão e anexação da Crimeia em 2014, seguido da invasão ao país em fevereiro de 2022. Apesar de estar em um momento de superioridade contra os ucranianos, o comando russo é cobrado pelo alto número de mortes em batalha — segundo a mídia independente russa, seriam mais de 85 mil mortes.

A gota d’água foi a prisão, no mês passado, de Timur Ivanov, seu número dois na pasta, por acusações de corrupção em projetos supervisionados pelo seu chefe. A situação de Shoigu, que era frágil, passou a ser insustentável.

O general, que faz parte do grupo mais íntimo de nomes ligados a Putin, agora presidirá o Conselho de Segurança do país. Belusov, que assume o cargo, já tem experiência pública: no governo desde 2006, ele já foi vice-ministro do Desenvolvimento Econômico, depois titular da pasta e, em 2020, vice-primeiro-ministro (ele chegou a assumir como primeiro ministro por três semanas, em 2020).

O economista deverá lidar não apenas com o conflito na vizinha Ucrânia, como também deverá comandar um setor que leva a Rússia ao crescimento, apesar das sanções econômicas de toda ordem impostas ao país pelas potências mundiais. Não à toa, um dos livros escritos pelo novo chefe da máquina militar de Moscou se chama “O Milagre Econômico Russo: Nós Fazemos Sozinhos”, escrito em 2007.

Leia mais em Crusoé: Trump, o queridinho dos propagandistas russos do Brasil

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