Quem apoia e quem se opõe à volta de Bolsonaro ao PSL
A possível volta do presidente Jair Bolsonaro ao PSL, nove meses após uma rumorosa ruptura, divide o partido. O grande articulador da reaproximação é o vice-presidente da sigla, Antônio Rueda. Ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e líder do PSL na Câmara, o deputado federal Felipe Francischini também é entusiasta da pacificação entre as...
A possível volta do presidente Jair Bolsonaro ao PSL, nove meses após uma rumorosa ruptura, divide o partido. O grande articulador da reaproximação é o vice-presidente da sigla, Antônio Rueda. Ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e líder do PSL na Câmara, o deputado federal Felipe Francischini também é entusiasta da pacificação entre as duas alas do partido -- o grupo ligado a Bolsonaro e os fiéis a Luciano Bivar (à esquerda na foto), presidente da legenda.
Em live na noite de quinta-feira, 13, Bolsonaro confirmou que pode se filiar novamente ao PSL. Ele está sem partido desde novembro do ano passado, quando rompeu com Bivar, e disse que o presidente da sigla estava “queimado para caramba”. Desde então, ele tentou, sem sucesso, colocar de pé a Aliança pelo Brasil. Até o início de julho, apenas 3% das assinaturas de apoio exigidas pela legislação haviam sido validadas pela Justiça Eleitoral.
“A gente bota as condições na mesa para reconciliar (com o PSL). Eles botam de lá para cá também”, explicou o presidente da República. Bolsonaro disse ter boas relações com pelo menos 43 parlamentares da sigla, mas reconheceu que “tem uns oito ali que não dá para conversar”.
Um dos maiores opositores da volta de Bolsonaro ao PSL é o senador paulista Major Olímpio, que, de aliado de primeira hora, virou crítico do governo. “Bolsonaro seria bem-vindo ao PSL se trouxesse o (Fabrício) Queiroz como tesoureiro e fizesse o milagre da multiplicação (dos recursos)”, ironizou o parlamentar. “É mais fácil o PSL filiar o Lula do que aceitar o Bolsonaro de volta. Ele jogou essa informação como tática de apagar incêndio com gasolina para tentar sensibilizar alguém”, acrescentou Olímpio.
Já Luciano Bivar oscila entre a defesa da própria dignidade e o pragmatismo político. A volta de Jair Bolsonaro pode render cargos ao PSL, mas os pesados ataques do presidente da República e seus familiares a Bivar deixaram marcas. “O Bolsonaro e seus aliados atacaram todo mundo, mas o Bivar foi a maior vítima. Duvido que ele aceite essa filiação depois de tudo o que aconteceu”, diz Major Olímpio.
Para a deputada Joice Hasselmann, pré-candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo, a reconciliação também seria constrangedora, depois das escaramuças entre ela, Bolsonaro e os filhos do presidente. A parlamentar, entretanto, abre brecha para um acordo. “Se Bolsonaro quer se reconciliar, que tenha o bom sentimento de se redimir”, ponderou. “Afinal, ele, seus filhos e seus extremistas usaram a fábrica de destruir reputações para atacar o presidente Bivar e todos que ousaram discordar deles”, afirmou Joice.
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