"Profunda falha moral", diz Israel após Brasil aderir a processo na CIJ
A decisão do governo Lula de se juntar à África do Sul no processo foi confirmada pelo Itamaraty

O Ministério israelense das Relações Exteriores reclamou nesta quinta-feira, 24, da decisão do governo brasileiro de aderir formalmente ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (CIJ).
"A decisão do Brasil de se juntar à ofensiva jurídica contra Israel na CIJ, ao mesmo tempo em que se retira da IHRA [Aliança Internacional de Memória do Holocausto], é uma demonstração de uma profunda falha moral.
Numa época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso", afirmou a pasta em comunicado.
A decisão do governo Lula foi confirmada na quarta, 23, pelo Itamaraty.
"O governo brasileiro anuncia que está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. A decisão fundamenta-se no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e Direito Internacional Humanitário frente à plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados, conforme conclusão da Corte Internacional de Justiça, em medidas cautelares anunciadas em 2024."
Na ação, o governo sul-africano acusa Israel de cometer genocídio contra os civis na Faixa de Gaza.
Rompimento com tradição diplomática brasileira
Ao comentar a decisão do Brasil de aderir ao processo movido pela África do Sul, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou que mais uma vez a política externa brasileira, sob o comando do presidente Lula e de seu assessor Celso Amorim, abandonou a tradição diplomática brasileira de "equilíbrio e moderação".
"A nota oficial do governo Lula sobre o trágico conflito em Gaza mais uma vez demonstra como a política externa brasileira abandonou sua tradição de equilíbrio e moderação sob o comando do presidente Lula e de seu assessor Celso Amorim. O governo distorce fatos e adota falsas narrativas criadas com o objetivo de demonizar Israel em sua luta para se defender do grupo terrorista Hamas e seus apoiadores iranianos, que atacaram o país de forma brutal em outubro de 2023. A acusação de genocídio promovida pela África do Sul é não apenas falsa, como perversa, já que o termo genocídio foi criado justamente para definir o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas. O grupo terrorista Hamas usa deliberadamente civis palestinos como escudos humanos e admite isso publicamente. As trágicas mortes de palestinos são de responsabilidade do Hamas, que iniciou esse conflito com um ataque brutal contra Israel e poderia encerrá-lo imediatamente libertando os reféns e se rendendo. O rompimento da longa amizade e parceria do Brasil com Israel é uma medida equivocada, que comprova o extremismo de nossa política externa e não tem o apoio do povo brasileiro."
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Comentários (1)
MARCOS
2025-07-24 19:36:04E DESDE QUANDO ESSE DESGOVERNO TEM MORAL?