Primeira sentença já mostra o quanto acordo foi benéfico para Messer
A condenação do doleiro Dario Messer (foto) a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro, decretada nesta segunda-feira, 17, pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, expôs o quanto o acordo de delação premiada fechado pelo "doleiro dos doleiros" com a força-tarefa da Lava Jato fluminense foi vantajoso para ele. Em...
A condenação do doleiro Dario Messer (foto) a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro, decretada nesta segunda-feira, 17, pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, expôs o quanto o acordo de delação premiada fechado pelo "doleiro dos doleiros" com a força-tarefa da Lava Jato fluminense foi vantajoso para ele. Em uma única sentença, Messer já atingiu praticamente a pena máxima estabelecida no acerto como teto para futuras condenações.
Na decisão proferida pelo juiz federal Alexandre Libonati, da 2ª Vara Criminal do Rio, Messer foi condenado por lavar dinheiro por meio de seu "banco paralelo" no Uruguai para uma empresa que fazia contrabando de pedras preciosas chamada Os Ledo. O esquema foi descoberto pela Operação Marakata, deflagrada em 2018 como desdobramento da Lava Jato no Rio.
No acordo de colaboração assinado com o Ministério Público Federal e homologado na semana passada pela Justiça, ficou estipulado como teto das penas aplicadas ao doleiro o prazo de 18 anos e nove meses de prisão em regime fechado. Ou seja, na primeira sentença, Messer já foi condenado a cumprir 71% da pena máxima.
Na decisão desta segunda-feira, o juiz Libonati destacou que, pela cláusula 6ª do acordo de colaboração, o MPF não poderá mais denunciar Messer após as penas unificadas atingirem o teto de 18 anos e nove meses de reclusão. O doleiro já é réu em outras seis ações penais e controlava o banco paralelo do Uruguai com mais de três mil clientes. O esquema teria movimentado 1,6 bilhão de dólares em 52 países entre os anos de 2003 e 2017.
Isso significa que para cada crime de lavagem praticado por Messer, o doleiro dos doleiros poderia ser condenado a penas de até 10 anos de prisão. Pelo regime de progressão da pena, Messer deve ficar apenas mais dois anos em regime fechado. Ele foi preso em julho de 2019, após mais de um ano foragido da Justiça, e cumpre prisão domiciliar neste momento por causa da pandemia.
Para obter as vantagens, Messer teve de abrir mão de 99% de seu patrimônio, avaliado em 1 bilhão de reais. Na relação estão dinheiro em contas nas Bahamas e imóveis no Brasil e no Paraguai, onde ele mantinha fazendas de gado e atuou como operador financeiro do ex-presidente paraguaio Horacio Cartes.
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Comentários (9)
PAULO
2020-08-18 16:10:10A Crusoé ainda quietinha sobre o caixa 2 da Gobels e da família Marinho. Por quê será?
MARCOS
2020-08-18 15:07:23Se sua delação identificar vários outros corruptos poderosos, de colarinho branco, valeu à pena o acordo de delação.
Luiz
2020-08-18 12:41:07ninguém vai livra ele da prisão
Nilson
2020-08-18 12:12:10Ou seja, ficando com um 1% do patrimonio é nada mais nada menos que 10 milhões de reais, dá pra encostar o burro na sombra assim que ganhar a liberdade condicional. Pra grandes gatunos no Brasil o crime compensa, já pra pobre o bicho pega.
Maria
2020-08-17 23:22:54Mais uma prova de que, no Brasil o crime compensa, e muito.
Eduardo
2020-08-17 22:57:15Com certeza deve ter enterrado milhões. O crime só não vai compensar se punirem os delatados, começando pela família Marinho!
Fredson
2020-08-17 22:52:1099% dos bens conhecidos. Ele com certeza não entregaria tudo.
André
2020-08-17 22:26:59Como é bom roubar muito nesse país. Lei e pra ladroes de galinha.
Helio
2020-08-17 19:13:19Dinheiro e bens mantidos fora do Brasil. Algum idiota acha que esses serão recuperados e vendidos para cumprir a multa? E, malando como é, Messer deve ter muito mais vens espalhados por aí, em nome de outras pessoas. Foi um ótimo acordo: dois anos em cela especial e depois, o mundo e a fortuna à sua espera.