Por que os EUA querem conter a influência iraniana na Bolívia?
Governo Trump se reaproxima do novo governo boliviano para frear presença do Irã no país e retomar cooperação antidrogas
O subsecretário de Estado americano, Christopher Landau (foto), tem sido peça-chave na reaproximação entre os Estados Unidos e a Bolívia.
Landau esteve na posse do novo presidente, Rodrigo Paz, no último sábado, 8, e garantiu que o governo Trump fará de tudo para acabar com a influência militar e econômica do Irã no país.
“Ao longo dos anos, tem sido muito alarmante a aproximação da Bolívia com o Irã e a cooperação entre os dois países em assuntos militares e em nosso hemisfério. O Irã não é um bom ator no cenário mundial, e acredito que o extremismo do governo iraniano busca constantemente se disseminar pelo mundo. Isso representa uma séria ameaça para todos no hemisfério. Manteremos contato constante com as novas autoridades bolivianas”, afirmou ao InfoBae.
Acordos militares
Em 2023, o regime de Teerã e o governo do então presidente Luis Arce assinaram um memorando de entendimento em defesa e segurança.
O aiátolá Ali Khamenei já disse que o Irã forneceria "equipamentos de defesa e tecnologias avançadas" a La Paz.
Durante o governo de Evo Morales, entre 2006 e 2019, a Bolívia estreitou laços diplomáticos com o Irã.
Os dois países firmaram acordos em setores de energia e agricultura.
Landau destacou que o desmantelamento da influência iraniana no país será uma prioridade conjunta entre EUA e Bolívia.
“ A questão do Irã será de grande interesse mútuo , e suponho que não apenas para os Estados Unidos e a Bolívia, mas também para os governos da Argentina, Chile, Paraguai e todos os países vizinhos da Bolívia, para garantir que nenhum equipamento militar iraniano seja fabricado ou distribuído na Bolívia . Acredito que continuaremos trabalhando com as autoridades bolivianas para entender melhor o que aconteceu com a cooperação com o Irã, bem como com a Nicarágua, a Venezuela e Cuba.”
Crise dos combustíveis
A atuação de Landau também foi decisiva na tentativa de estabilizar a crise de combustíveis que atingiu o país.
Antes mesmo de tomar posse, Paz viajou a Washington e negociou diretamente a solução do impasse que paralisava setores estratégicos da economia boliviana.
DEA e drogas
Em troca, os EUA almejam uma uma colaboração reforçada com a DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos.
Trump tem reiterado que a Bolívia e a Colômbia continuam sendo principais fontes de cocaína que chegam ao território americano.
“A Bolívia é uma nação soberana e estamos dispostos a apoiar qualquer plano de segurança que o novo governo decida implementar. E se a DEA fizer parte disso, será algo positivo”, disse Landau.
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