Por que o Irã está mandando aviões para a Venezuela
O secretário de estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pediu nesta quarta-feira, 29, que os países não autorizem a passagem de aviões da Mahan Air (foto) por seus territórios. A empresa, a maior companhia aérea do Irã, tem realizado diversos voos para a Venezuela nos últimos dias. No final do ano passado, o Departamento do...
O secretário de estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pediu nesta quarta-feira, 29, que os países não autorizem a passagem de aviões da Mahan Air (foto) por seus territórios. A empresa, a maior companhia aérea do Irã, tem realizado diversos voos para a Venezuela nos últimos dias.
No final do ano passado, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos aplicou sanções à Mahan Air por transportar armas a grupos terroristas na Síria e no Iêmen. Os bandos são apoiados pela Guarda Revolucionária do Irã.
Nos voos para a Venezuela, não há indícios de que esse tipo de carga esteja sendo transportado. O mais provável é que o ditador Nicolás Maduro tenha pedido ajuda para o Irã para reativar a indústria do petróleo do país, que ficou às moscas com a debandada da estatal russa Rosneft. Como os russos é que abasteciam a Venezuela de gasolina, enormes filas se formaram nos postos de combustíveis do país.
"Aparentemente, os iranianos estão ajudando a reativar a refinaria de Amuay, dando apoio técnico. Os voos estão descendo na cidade de Punto Fijo, que é onde fica essa instalação", diz o analista militar venezuelano argentino Andrei Serbin Pont, da consultoria Cries, em Buenos Aires.
Também é possível que o Irã esteja envolvido na fábrica de fuzis de assalto russos Kalashnikov AK-103, que começou a funcionar recentemente na Venezuela. "Sabemos que essa operação tem contado com ajuda estrangeira, mas até agora não há evidências de que os iranianos estejam prestando alguma ajuda", diz Pont.
O consultor americano Douglas Farah, da IBI Consultants, concorda que os voos da Mahan Air têm como principal objetivo o de resolver o fornecimento de gasolina na Venezuela. Mas ele também acha que os dois países podem estar testando os Estados Unidos e os países da Europa. "Esses voos poderão ser usados para outros fins no futuro", diz Farah. "No momento, ninguém vai gastar muito tempo perseguindo essas aeronaves. Quando a situação voltar ao normal após a pandemia, isso poderá acontecer."
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