Por que a desaprovação de Lula voltou a subir
Dificuldade nas negociações com os EUA e incertezas sobre o tamanho do impacto econômico do tarifaço trazem apreensão

Pesquisa Atlas Intel divulgada nesta quinta, 28, apontou que a desaprovação do presidente Lula voltou a subir.
Entre julho e agosto, a desaprovação cresceu de 49,7% para 51%.
A aprovação, por sua vez, caiu de 50,2% para 47,9%.
O movimento interrompeu a queda na desaprovação de Lula, que alcançou a 53% em maio.
A avaliação do governo Lula também piorou, com a desaprovação subindo de 48% para 51% entre julho e agosto.
A avaliação positiva caiu de 46% para 43%.
Apreensão
"O combustível que impulsionou a melhora entre junho e junho deu uma arrefecida. Naquele momento, era uma calibragem da comunicação com a pauta de justiça tributária, as mensagens trocadas do Congresso sobre a pauta de responsabilidade fiscal e, por fim, o tarifaço do Trump, o discurso de soberania e a confusão no bolsonarismo até achar uma narrativa conjunta para as tarifas", diz Yuri Sanches, diretor de análise política da Atlas Intel.
"Hoje, há um certo compasso de espera, uma expectativa e uma ansiedade sobre o tamanho do impacto econômico do tarifaço e das respostas do governo. Ainda não há uma comunicação efetiva sobre as ações do governo", afirma Sanches.
"O que mais tem chegado para o público geral é a dificuldade nas negociações com os Estados Unidos e falta de canais de negociação. Isso traz uma apreensão. Além disso, a relação com o Congresso voltou a ser instável depois do recesso, o que coloca em xeque a percepção de que o governo é capaz de aprovar pautas prioritárias e manter uma governabilidade estável", diz o analista.
Soberania
Para Wilson Pedroso, estrategista eleitoral e sócio da Real Time Big Data, o efeito do tarifaço de Trump na popularidade de Lula teve um efeito passageiro.
"Com o tempo, a população voltou a sentir que o governo não trouxe soluções concretas, e o 'patriotismo' momentâneo não se sustentou", diz Pedroso.
"E vale lembrar que ainda temos um cenário econômico doméstico pesado. Apesar da inflação dos alimentos ter mostrado sinais de alívio, os preços de produtos e serviços continuam pesando no bolso."
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