Polícia investiga morte de testemunha-chave de caso Odebrecht no Peru
José Miguel Castro, gerente municipal de Lima na gestão da ex-prefeita Susana Villarán, foi encontrado morto no domingo, 29

Testemunha-chave no caso de corrupção envolvendo as construtoras brasileiras Odebrecht e OAS no Peru, José Miguel Castro (foto), gerente municipal de Lima na gestão da ex-prefeita Susana Villarán, foi encontrado morto no domingo, 29, em sua residência no distrito de Miraflores, na capital peruana.
Ele cumpria prisão domiciliar.
Segundo boletim de ocorrência, foi Júlio Castro, pai de José Miguel, quem encontrou o corpo da testemunha no banheiro.
Um "corte na garganta, de aproximadamente 14 centímetros de diâmetro," foi apontado pelo Instituto Médico Legal peruano como a causa da morte.
Próximo ao corpo, os policiais encontraram duas facas com manchas de sangue e o celular de Castro.
O documento mencionou também sinais de possível adulteração na maçaneta da porta do banheiro.
A hipótese de homicídio não foi descartada.
Testemunha-chave
Preso em 2019, José Miguel Castro era acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha por envolvimento no esquema de recebimento de recursos ilícitos destinados tanto à campanha contra a destituição de Susana Villarán quanto à sua candidatura à reeleição.
Ao cooperar com o Ministério Público peruano, ele deu detalhes do mecanismo financeiro criado para a campanha de Villarán, além de indicar os responsáveis pelo fluxo de dinheiro ao qual as construtoras brasileiras estavam envolvidas.
"Ele era a segunda pessoa em importância depois da senhora Villarán", disse José Domingo Pérez, procurador da Lava Jato no Peru, ao canal N de televisão.
Ainda em 2019, a ex-prefeita admitiu ter recebido 4 milhões de dólares das empreiteiras Odebrecht e OAS.
A procuradoria peruana alega, no entanto, que Villarán recebeu 10 milhões de dólares para a campanha.
Ex-chefe da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata contou em delação premiada que a empreiteira tentava evitar que as obras realizadas em Lima fossem ameaçadas.
O julgamento oral contra Susana Villarán e outros 19 acusados, incluindo Castro, está marcado para começar em 23 de setembro de 2025.
O promotor José Domingo Perez descartou o adiamento do julgamento e lembrou que Castro já havia testemunhado na investigação.
Susana Villarán em defesa de Nadine Heredia
Em 4 de junho de 2015, Suzana Villarán saiu em defesa de Nadine Heredia contra acusações a respeito da então primeira-dama.
“Fico indignada ao ver como eles se enfurecem com ela: pura violência política contra a mulher. Isso é o que eu rejeito e com ela me solidarizo.”
Em outro caso envolvendo a Odebrecht, Nadine Heredia foi condenada por lavagem de dinheiro pela Justiça peruana em 2025 e ganhou asilo político do governo Lula no Brasil. Com isso, evitou a prisão, ao contrário do marido, Ollanta Humala, que já estava preso preventivamente e também foi condenado.
Leia também: “O acerto pra campanha de Humala foi com o Palocci e Lula”, disse Marcelo Odebrecht
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Comentários (2)
Joaquim Arino Durán
2025-07-01 18:53:25Os de lá, fogem ou morrem. Já por aqui, vivem em liberdade e viram até presidente.
F-35- Hellfire
2025-07-01 16:23:53Hummmmmm, está cheirando mal não acha Lula? Segue a fila de cadáveres começada por Celso Daniel, Toninho do PT, mais 7 testemunhas,....