Piora imagem de Moraes entre parlamentares
Desde 15 de julho, deputados publicaram 2.366 menções negativas ao ministro do STF, de acordo com a empresa de dados Datrix

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes (foto) registrou uma piora em sua imagem entre os deputados federais brasileiros.
Levantamento feito pela Datrix nas redes sociais mostra que, desde o dia 15 de julho, aumentou o número de menções negativas a Moraes nas redes sociais de deputados federais.
O dado não se refere à possibilidade de um impeachment de Moraes no Senado, — caso o presidente dessa Casa, Davi Alcolumbre, aceite votar um pedido nesse sentido — mas indica que a imagem de Moraes vem sofrendo um desgaste nas últimas quatro semanas.
Aliás, o levantamento da Datrix não incluiu o Senado, uma vez que os senadores são mais discretos nas redes sociais que os deputados federais e publicam menos mensagens.
Desde 15 de julho, deputados publicaram 2.366 menções negativas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes — um volume que apresenta tendência de crescimento.
No mesmo intervalo, Moraes recebeu apenas 117 menções positivas.
As menções negativas são vinte vezes mais numerosas que as positivas.
"Não é que Alexandre de Moraes não tenha apoiadores na Câmara. O fato é que seus críticos estão muito mais ativos nas postagens — e isso faz diferença no jogo das redes", diz João Paulo Castro, cientista de dados e CEO da Datrix.
Tarifaço, Magnitsky e prisão domiciliar
Moraes tem se envolvido em diversos acontecimentos de repercussão negativa ultimamente.
Em 9 de julho, o presidente americano Donald Trump enviou uma carta ao governo brasileiro, ameaçando a imposição de tarifas de 50%.
"A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!", escreveu Trump.
Em 18 de julho, Moraes impôs medidas cautelares, obrigando Jair Bolsonaro a ficar em casa durante a noite e proibindo o uso de redes sociais.
Em 30 de julho, o Departamento do Tesouro americano anunciou sanções a Moraes, via Lei Magnitsky.
No mesmo dia, o governo americano anunciou o tarifaço citando Moraes nominalmente: "O juiz Moraes autorizou batidas policiais, prisões e congelamentos de contas bancárias por motivos políticos".
Na segunda, 4 de agosto, Moraes ordenou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que detonou reações no Congresso e até mesmo no STF.
Leia em Crusoé: Bolsonaro preso, e agora?
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