Peruana Nadine Heredia já está com medo de Tarcísio
Com possível mudança de governo no Brasil em 2027, ex-primeira-dama poderia perder o asilo diplomático dado por Lula
A ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia (foto) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que considere como inválida sua condenação a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Em abril, o governo Lula concedeu asilo diplomático à ex-primeira-dama, que teve à sua disposição um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB).
Nadine está com medo de que a Justiça brasileira colabore com a Justiça peruana, o que poderia resultar em um pedido de extradição.
"Nadine está tentando impedir que os elementos que foram utilizados nos processos contra ela no Brasil possam ser compartilhados, como instrumento de cooperação jurídica internacional, para que a Justiça peruana utilize isso contra ela, talvez com um pedido de extradição", diz o advogado e coordenador da Skema Business School, em Belo Horizonte, Dorival Guimarães Pereira Jr.
Apesar de ter recebido asilo diplomático, esse status poderia ser ameaçado com a posse de um novo presidente no Brasil, em 2027.
"O asilo, diferente do refúgio, é um instrumento que varia de pessoa para pessoa, porque é uma relação entre o Estado concedente, no caso o Brasil, e a pessoa beneficiária. Então as regras do asilo variam de acordo com o bel-prazer do governante", afirma Guimarães.
Se um candidato de direita for eleito no ano que vem — como Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr, Ronaldo Caiado ou Romeu Zema — ele poderia alterar a decisão de Lula.
O risco de Nadine, então, é ter o mesmo destino do italiano Cesare Battisti, que foi protegido por Lula, mas teve a extradição autorizada quando Michel Temer tornou-se presidente da República.
Dinheiro de Chávez e da Odebrecht
Em 2006, Nadine participou ativamente da coleta de doações na campanha de seu marido, Ollanta Humala. Contudo, cerca de 1,5 milhões de soles (hoje, 2,3 milhões de reais) declarados não foram realizados pelos doadores registrados, o que indica que a origem foi ocultada.
Cinco testemunhas afirmaram à Justiça terem presenciado ou visto o uso de mochilas ou pastas, malas de 10 quilos e mochilas esportivas para transportar dinheiro.
Tanto Nadine Heredia como Ollanta humala foram vistos indo para a Embaixada da Venezuela em Lima ou para a casa do embaixador venezuelano, para buscar as doações para a campanha de 2006.
Nadine também recebeu dinheiro da empresa venezuelana Kayzamac. Os valores eram depositados em contas de terceiros (Antonia Alarcón e Rocío Calderón).
O dinheiro depois era transferido para sua própria conta. O objetivo era ocultar a origem venezuelana das doações feitas a mando do ditador Hugo Chávez.
Pela lei peruana é proibido receber doações do exterior em campanhas presidenciais.
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