Espanha: Pedro Sánchez elogia protestos contra israelenses que interromperam prova de ciclismo
Devido a manifestações contra equipe israelense, a Vuelta a España teve que ser desviada ou interrompida várias vezes. O primeiro-ministro elogiou os protestos

A Vuelta a Espanha, uma das competições de ciclismo mais prestigiadas do mundo, enfrentou interrupções significativas devido a manifestações contra a participação de uma equipe israelense.
No último domingo, 14 de setembro, cerca de 100 mil pessoas se reuniram em Madri em apoio à causa palestina, levando a um clima de tumulto que resultou na suspensão da última etapa da corrida.
O evento, que contou com a presença de 1500 agentes da polícia nacional, rapidamente se transformou em caos. As forças de segurança foram superadas pela multidão, resultando em cenas tumultuadas e várias pessoas feridas.
Desde o início da competição, sinais de protesto já eram visíveis. Durante a primeira etapa, bandeiras da Palestina foram exibidas ao longo do percurso, enquanto gritos por "Liberdade para a Palestina" ecoavam entre os manifestantes, que acusavam Israel de genocídio na faixa de Gaza.
A presença da equipe Israel-Premier Tech foi o estopim dos protestos. Sua participação gerou reações intensas.
Conforme os ciclistas entraram no País Basco, o clima se tornou ainda mais tenso. Ativistas montaram barricadas ao longo da rota, forçando o cancelamento de várias etapas da competição.
Pedro Sánchez
Os protestos em Madri não foram repudiados, mas sim elogiados pelo primeiro-ministro que declarou: "Hoje é a Espanha quem defende a honra da Europa". Ele também pediu exclusão das equipes israelenses de competições esportivas internacionais.
Sánchez reiterou esta segunda-feira, 15 de setembro, "profunda admiração pela sociedade civil espanhola, que se mobiliza contra a injustiça", um dia depois dos protestos pró-palestinos em Madrid interromperem o final da Volta a Espanha.
O socialista defendeu que Israel não deve participar em nenhuma competição desportiva internacional "enquanto a barbárie continuar" em Gaza.
As posições do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em relação ao conflito em Gaza têm sido cada vez mais explícitas. Ele é um crítico contundente das ações israelenses.
Embora tenha reconhecido o direito de Israel à autodefesa após o ataque do Hamas em outubro de 2023, sua administração tem se posicionado firmemente contra as operações militares israelenses desde abril de 2024.
A Espanha foi o primeiro grande país da União Europeia a reconhecer Palestina como um estado soberano e implementou sanções contra Israel antes mesmo de outras capitais europeias.
O líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, acusou Sánchez de incitar os tumultos durante as manifestações, mas disse que os protestos eram legítimos.
Espanha e Israel
As relações diplomáticas entre Espanha e Israel estão tensas. O ministro das Relações Exteriores israelense Gideon Saar atacou Sánchez chamando-o de "antissemita" e "mentiroso"; tal retórica reflete um padrão crescente nas interações bilaterais nos últimos anos.
Em junho de 2024, Israel retirou sua embaixadora em Madri, marcando um novo capítulo nas já conturbadas relações entre os dois países.
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