Pastores lobistas fizeram 35 visitas ao Planalto, diz GSI
Investigados pela cobrança de propina de prefeitos para intermediar a liberação de recursos do Ministério da Educação, os pastores Arilton Moura Correia e Gilmar Silva dos Santos fizeram, ao todo, 35 visitas ao Palácio do Planalto entre 2019 e 2022, segundo levantamento divulgado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência nesta quinta-feira, 14. Os registros...
Investigados pela cobrança de propina de prefeitos para intermediar a liberação de recursos do Ministério da Educação, os pastores Arilton Moura Correia e Gilmar Silva dos Santos fizeram, ao todo, 35 visitas ao Palácio do Planalto entre 2019 e 2022, segundo levantamento divulgado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência nesta quinta-feira, 14.
Os registros não apontam passagens dos religiosos lobistas pelo gabinete de Jair Bolsonaro. Contudo, o presidente por vezes participa de reuniões em outros espaços do Planalto. Há, inclusive, fotos de Arilton, Gilmar e Bolsonaro juntos no Palácio em uma visita não relatada pelo GSI no relatório.
À Polícia Federal, Milton Ribeiro, que deixou o MEC após o escândalo, disse que conversou com os pastores a pedido do presidente, mas negou quaisquer favorecimentos.
Em princípio, o GSI, comandado pelo general Augusto Heleno, tentou manter as informações sob sigilo pretensamente para garantir a segurança de Jair Bolsonaro e de seus familiares. O órgão fez menção, ainda, à Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD. "Em relação à legislação vigente, o GSI ratifica seu posicionamento de não difundir dados pessoais -- de qualquer visitante -- registrados em sua plataforma exclusiva e restrita à segurança para controle de acesso", disse, em nota, na quarta-feira, 13.
No entanto, após cobranças da imprensa e a pressão de partidos sobre o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República, o GSI recuou. Em um novo posicionamento, divulgado no final desta tarde, o órgão alegou ter sido orientado pela Controladoria-Geral da União sobre a "necessidade de atender o interesse público" e disponibilizou o banco de dados.
Em dez das 35 passagens, Gilmar, líder de uma vertente da Assembleia de Deus chamada Ministério Cristo para Todos, e Arilton, seu braço-direito, entraram juntos no Planalto. Nas demais 25, Arilton conversou com integrantes do governo sozinho.
De acordo com prefeitos, os religiosos não pediam apenas dinheiro para usar da influência sobre o MEC -- Gilmar e Arilton chegaram a cobrar ouro e até ofereceram um negócio envolvendo exemplares da Bíblia para agilizar repasses do ministério, onde tinham trânsito livre.
Das 35 visitas, 27 ocorreram em 2019. Os pastores passaram pela Secretaria de Governo, comandada naquele ano por dois generais: primeiro por Santos Cruz e, depois, por Luiz Eduardo Ramos. Ainda foram atendidos na Casa Civil, chefiada exclusivamente por Onyx Lorenzoni àquela época.
Em 2020, houve somente uma passagem pelo Planalto, segundo o GSI. No ano seguinte, foram cinco visitas, sendo uma aos gabinetes da Secretaria de Comunicação da Segov e quatro à Casa Civil, na ocasião já chefiada por Ciro Nogueira. Em 2022, os registros apontam para agendas dos religiosos na Casa Civil em dois dias.
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Comentários (4)
José
2022-04-15 08:39:41Se puxar uma pena, vem o governo inteiro!!
Arnaldo
2022-04-15 08:36:10Para mim, evangélico está virando sinônimo de corrupto!
Clayton De Souza PONTES
2022-04-14 20:36:48É o resultado da mistura política x religião nesse governo capturado. Devem ser negociações muito complexas pra o GSI ficar tentando omitir. Vergonha
Marcos
2022-04-14 20:03:29Ana tá atrasada kkkk foram 45 visitas.E daí ???? Qual o problema????