Partidos chilenos terão participação limitada na nova Constituição
A eleição para a formação de uma Constituinte no Chile, que ocorreu no último final de semana, foi uma derrota para a direita. Das 155 cadeiras, ficou com apenas 37, o que corresponde a 24% do total. Com isso, por exemplo, a direita não conseguirá vetar propostas mais radicais da esquerda. "Não há dúvida de...
A eleição para a formação de uma Constituinte no Chile, que ocorreu no último final de semana, foi uma derrota para a direita. Das 155 cadeiras, ficou com apenas 37, o que corresponde a 24% do total. Com isso, por exemplo, a direita não conseguirá vetar propostas mais radicais da esquerda.
"Não há dúvida de que a direita moderada, a direita conservadora e o governo de Sebastián Piñera (foto) amargaram uma grande derrota. Eles não conseguiram dar resposta aos anseios que saíram dos protestos das ruas no último ano", diz o sociólogo chileno Aldo Mascareño, do Centro de Estudos Públicos, em Santiago.
Os partidos tradicionais, no entanto, também saíram perdendo, o que tirou um pouco o peso do triunfo da esquerda sobre a direita. Candidatos independentes, que não pertencem a nenhuma das legendas conhecidas, conquistaram 65 das 155 cadeiras. "Este é o dado mais importante de tudo, porque mostra que a esquerda mais moderada e mais institucional, que existiu no Chile nos últimos trinta anos, também perdeu", diz Mascareño.
A consequência disso para a nova Constituição é que os processos que foram pensados para a confecção da nova Carta, baseados em partidos, não valem mais. "Esses novos atores independentes, embora se acredite que sejam mais inclinados para esquerda, respondem a critérios pessoais, de suas regiões, de seus grupos. Eles não seguem uma política institucionalizada, já estabelecida", diz Mascareño.
O processo constituinte, portanto, ganha um alto grau de imprevisibilidade. "Tudo será muito líquido, muito móvel. A única coisa que podemos antever é que será uma Constituição com muitos direitos sociais", diz o sociólogo.
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Comentários (2)
Jose
2021-05-18 09:30:19Muito bom. Um bom exemplo para o Brasil. Candidaturas independentes, pois, como sabemos, os partidos não representam ideologias distintas. Todos são discípulos do cleptocapitalismo que assola o Brasil desde a chegada dos portugueses em Pindorama!
Newton
2021-05-18 09:25:12Mais uma vez o socialismo irá corroer uma pátria, extraindo a educação, promovendo a promiscuidade, estimulando a fuga de capital, na defesa do salteador sendo antagônico a lei e a ordem. Mas um dia o dinheiro daquela gente acaba e lembrarão com nostalgia de Augusto Pinochet! Ignóbil!!!