Os números do tsunami da direita no Chile — e sua explicação
Depois do fracasso na aprovação de uma Constituição radical de esquerda no ano passado, os chilenos votaram para eleger um novo conselho para escrever outro texto. Das 50 cadeiras, 22 serão do Partido Republicano, de direita. Outro grupo de direita, o Chile Seguro, ficou com com 11 vagas. Com isso, eles terão 33 assentos, o...
Depois do fracasso na aprovação de uma Constituição radical de esquerda no ano passado, os chilenos votaram para eleger um novo conselho para escrever outro texto. Das 50 cadeiras, 22 serão do Partido Republicano, de direita. Outro grupo de direita, o Chile Seguro, ficou com com 11 vagas. Com isso, eles terão 33 assentos, o que é mais do que o mínimo necessário de 30 para aprovar novas normas constitucionais. Interessante também foi que o Partido
Mas essa onda de direita no Chile também aparece com força em outras áreas. Pelos números da pesquisa Cadem, o mais adequado seria chamar o fenômeno de um tsunami.
Nas pesquisas espontâneas para o próximo presidente, quem lidera é José Antonio Kast, de extrema direita e líder do Partido Republicano, com 20%. Em segundo lugar vem Evelyn Matthei, também de direita, com 13%. Todos os outros nomes não passam de 4%.
A desaprovação ao presidente Gabriel Boric está em 66%. Quando Boric começou seu governo, esse índice estava em 20%. Em três meses, subiu para cerca de 60% e tem se mantido nesse patamar. Apenas 28% atualmente o aprovam.
A pesquisa Cadem também mostra qual foi o principal fator que pode ter gerado essa alteração nos sentimentos dos chilenos. Para 38% dos entrevistados, a principal preocupação econômica é a inflação. Nas pesquisas anteriores realizadas nos governo de Michelle Bachelet e Sebastián Piñera, esse índice ficou abaixo dos 18%.
Quando questionados sobre "a situação econômica dos consumidores para comprar bens e serviços", 72% dos chilenos dizem que é má ou muito má. Essa medição, que fala muito sobre como as pessoas encaram a inflação e a perda do padrão de vida, nunca passou de 70% no governo de Piñera ou de 60% no de Bachelet.
Há ainda um pessimismo muito forte com o futuro da economia. Para 34%, a situação vai piorar — índice também superior ao dos presidentes anteriores.
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Comentários (1)
Lucia
2023-05-10 10:54:11Desde quando a esquerda solucionou os grandes problemas econômicos e sociais na América Latina? Nunca! Sempre se constata um enorme e interminável fiasco!