Os brasileiros escolheram a polarização
Os desempenhos de Simone Tebet e Ciro Gomes (foto) no debate dominical da Band deixaram boa impressão em muitos eleitores, de acordo com os termômetros que medem a temperatura nas redes sociais. O levantamento da Quaest mostra que o candidato do PDT teve 51% de menções positivas, o maior percentual, seguido por Simone Tebet, com...
Os desempenhos de Simone Tebet e Ciro Gomes (foto) no debate dominical da Band deixaram boa impressão em muitos eleitores, de acordo com os termômetros que medem a temperatura nas redes sociais. O levantamento da Quaest mostra que o candidato do PDT teve 51% de menções positivas, o maior percentual, seguido por Simone Tebet, com 41%. Lula e Jair Bolsonaro, líderes nas pesquisas de intenções de voto e com grandes torcidas organizadas, ficaram com 38% e 35%, respectivamente.
Dadas as atuações de ambos, abnegados começaram a achar que Ciro Gomes e Simone Tebet têm alguma chance de quebrar a polarização. As pesquisas quantitativas feitas a partir desta semana é que irão mostrar se o debate fez algum efeito sobre os eleitores. A torcida é grande. O editorial do Estadão, ao analisar o debate, resume o espírito de quem ainda acredita numa mudança do quadro eleitoral:
"Ficou evidente que há outros candidatos à Presidência da República sérios, com propostas e com experiência. É absolutamente falsa a ideia de que o eleitor neste ano terá de decidir apenas entre Lula e Bolsonaro. O voto não é uma escolha, sob coação, entre dois destinos infelizes. É um exercício consciente e maduro de liberdade.
Em meio ao tumulto protagonizado por Lula e Bolsonaro, Ciro Gomes, por exemplo, encontrou maneiras de expor suas ideias e, de quebra, mostrar as contradições do PT. O candidato do PDT deixou claro que a pretensão de hegemonia de Lula sobre todo o campo da esquerda é antidemocrática, ainda mais quando o PT não quer real debate de ideias e propostas: exige um cheque em branco do eleitor para seu demiurgo.
Outra candidata que se destacou foi Simone Tebet. A senadora do MDB enfrentou com altivez os arreganhos desrespeitosos de Bolsonaro e rebateu com segurança as fabulações de Lula, apresentando-se ao País como alternativa racional e pacífica."
Eu continuo cético e espero -- mesmo -- estar errado na minha avaliação. Não por pessimismo, mas por realismo. O agregador de pesquisas do próprio Estadão mostra que Ciro Gomes e Simone Tebet têm somente 7% e 3% das intenções de voto a praticamente um mês da realização do primeiro turno. Nada é impossível, mas é extremamente improvável virar esse jogo. Seria uma façanha quase de mitologia grega.
O editorial do jornal paulista diz, como já reproduzido, que "o voto não é uma escolha, sob coação, entre dois destinos infelizes. É um exercício consciente e maduro de liberdade". Tem razão. O ponto é que, neste momento, consciência e maturidade são artigos em falta entre os eleitores brasileiros. Essas qualidades nunca foram muito presentes entre nós, mas nos últimos tempos elas parecem se restringir a, no máximo, 20% dos cidadãos votantes. A polarização entre Jair Bolsonaro e Lula, reconheçamos, é uma escolha do eleitorado. A maior parte dele é movida por paixões ideológicas, emoções à flor da pele, amnésia e falta de cultura política. Aquela que se chamava "terceira via" foi engolida tanto pela incompetência dos seus protagonistas e a venalidade de caciques partidários, como pelas circunstâncias doentias de que padecemos.
De qualquer forma, se um grande contigente de eleitores escolher um candidato que não seja Lula ou Jair Bolsonaro, um bom recado será dado a ambos.
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Comentários (10)
Claudia Lenina A. L. De C. M. De Almeida
2022-09-12 06:25:39Infelizmente o brasileiro ainda não entendeu o significado da CORRUPÇÃO ..😏
José Cerqueira
2022-09-07 23:20:10O Mário sintetizou muito bem o beco sem saída causado à nossa democracia com a polarização imbecil entre dois candidatos, ou seja, mais do mesmo.
Marly Beaklini Guimarães Lemos
2022-08-31 16:18:12A polarização se dá entre os ideológicos e os que desejam comer carne e beber cerveja, isso aliado à venalidade dos partidos políticos resultaram no que não deu certo e no que está dando certo. Eu sou de longe a Simone , mas se Lula estiver ameaçando ganhar, vou chorar e votar no Bolsonaro
LUIZ CARLOS DE BRITO MACHADO
2022-08-31 12:23:26Sou eleitor da S. Tebet que tem apoio de economistas respeitados. Ciro, normalmente é explosivo tbem tem um plano, discutível mas tem. Boso e o Lula representam um retrocesso.
Tania Maria De Carvalho
2022-08-31 12:20:12A maioria dos brasileiros é movida pela paixão, e a eleição foi transformada, com a colaboração das mídias, em um jogo de futebol. São raras as publicações que convidam ao pensamento racional. Inovação racional é o D’Avilla, cacifado pela excelente experiência de Zema em Minas.
Ronalde Segabinazzi
2022-08-31 12:15:21Tebet é grande força para 2026.
Edson Andreatta
2022-08-31 12:08:21Pessoal, parem de ser repetitivos com o que colocaram em suas cabeças. Xingar de genocida ou ladrão ou qualquer outro adjetivo , ainda que possa ser verdadeiro não resolve nada. Parece que voces não se informam, nem o proprio Sabino lê o que sua redação publica no momento em que escreve seus comentários : Ultimas do diario : Desemprego recua 9,1; Mais lidas do diario : contas do governo mostram melhor resultado em 11 anos. E outros feitos. Parem de ser papagaios, está cansativo.
NIVIO
2022-08-31 11:38:20O debate foi muito importante para mim. Estou mais decidido ainda pela Terceira Via
Eduardo
2022-08-31 11:24:33Destaque-se que a grande imprensa, em seus vários meios de comunicação, tem grande responsabilidade nesse quadro, quando as manchetes diárias colocam, quase sempre, em destaque as idiotices, mentiras e desinformações vomitadas por esses dois elementos que dominam as pesquisas. É um círculo vicioso. Os nomes desses maus brasileiros deviam ser seguidos por adjetivos merecidos tais como: imbecil, inconsequente, irresponsável de um lado; de outro seriam muito apropriados demagogo, pelego, corrupto.
Regina Bueno
2022-08-31 10:48:54Concordo. Mas ainda acho que dá p tirar o inominável do 2° turno. Eu acredito em milagres.