Orbán cita “tornozeleira eletrônica” e acusa perseguição contra Bolsonaro
Primeiro-ministro da Hungria alega uso de "ferramentas de medo" contra seu antigo aliado

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, criticou nesta segunda-feira, 21, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em postagem no X, o antigo aliado de Bolsonaro escreveu:
"Continue lutando, Jair Bolsonaro! Ordens de silêncio, proibições de redes sociais e julgamentos com motivação política são ferramentas de medo, não de justiça. Você pode colocar uma tornozeleira eletrônica em um homem, mas não na vontade de uma nação!", afirmou.
O deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, agradeceu a manifestação do premiê húngaro em defesa de seu pai: "Obrigado, Primeiro-Ministro Viktor Orbán Ninguém melhor do que o senhor conhece essas pessoas que nos perseguem."
Orbán e Bolsonaro
Durante o governo Bolsonaro, o premiê húngaro era um de seus principais aliados internacionais do ex-presidente.
Em 2019, Orbán foi um dos poucos líderes estrangeiros presentes na posse.
Três anos depois, em 2022, Bolsonaro realizou uma visita oficial à Hungria, sendo o primeiro presidente brasileiro a visitar oficialmente o país.
Na ocasião, ele reuniu-se com Orbán e firmou acordos nas áreas de defesa, cooperação humanitária e gestão de recursos hídricos.
O ex-presidente tratou a Hungria como um "país irmão" e destacou afinidades nas políticas de defesa e integração dos povos.
Rendição da Ucrânia?
Além de suas controversas políticas sociais na Hungria, Orbán foi criticado ao sugerir que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se rendesse.
Ao relembrar sua visita a Kiev, em 2 de julho de 2024, o premiê disse que o líder ucraniano não deu atenção aos avisos húngaros e “com a confiança de um artista de palco, insistiu em continuar a guerra”, responsabilizando Zelensky pela guerra que o ditador russo, Vladimir Putin, começou.
"Hoje, faz um ano, visitei Kiev. Após 14 horas de viagem, tivemos longas conversas com o presidente Volodymyr Zelensky sobre a possibilidade de um cessar-fogo e paz. Mesmo assim, eu o avisei que o tempo não estava a seu favor. Mesmo assim, eu o avisei que os russos estavam se preparando para uma longa guerra, que uma grande mudança estava prestes a acontecer nos Estados Unidos e que a Europa estava perdendo o fôlego.
O presidente Zelensky não nos ouviu na época. Com a confiança de um artista de palco, insistiu em continuar a guerra.
A guerra continua, a Europa está exausta e os embarques de armas americanos estão diminuindo. O povo ucraniano continua a vivenciar os horrores da guerra todos os dias. Isto não é teatro, nem série de TV, mas a dura realidade.
A Hungria permaneceu do lado da paz. Não é tarde demais para o presidente Zelensky se juntar a nós”, afirmou o primeiro-ministro da Hungria.
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