Oposição enfrenta dificuldades para participar da contagem de votos na Venezuela
Integrantes da oposição reclamaram na noite deste domingo, 28, de não poder participar da contagem de votos da eleição presidencial, em que o ditador Nicolás Maduro busca um terceiro mandato de seis anos. Mais de três horas depois do horário de fechamento dos centros de votação, nenhum resultado tinha sido divulgado. "Não há desculpa técnica...
Integrantes da oposição reclamaram na noite deste domingo, 28, de não poder participar da contagem de votos da eleição presidencial, em que o ditador Nicolás Maduro busca um terceiro mandato de seis anos.
Mais de três horas depois do horário de fechamento dos centros de votação, nenhum resultado tinha sido divulgado. "Não há desculpa técnica para que o país não tenha ainda os resultados", afirmou David Smolansky, integrante da campanha de María Corina Machado, para o canal NTN24.
Depois do fechamento dos centros, às 18 horas, testemunhas credenciadas da oposição tentaram entrar nos lugares para acompanhar a contagem dos votos, mas foram impedidas.
Outras foram expulsas pelos policiais ou por militares. Muitas não conseguiram ter acesso às atas com os dados.
Em outros centros, a transmissão das informações das atas não foi feita, paralisando a contagem total.
A dirigente da Plataforma Unitária da oposição Delsa Solórzano afirmou que pessoas da campanha de Edmundo González só conseguiram entrar na sede do Conselho Nacional Eleitoral, CNE, em Caracas, pouco antes do início da contagem.
Ameaças
Durante a tarde, o número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, que é vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, PSUV, convocou os chavistas para irem aos centros eleitorais, onde membros da oposição aguardavam a divulgação dos resultados locais.
“Irmãos e irmãs, como vocês estão? Olha, de uma vez por todas, não vamos pensar mais nisso, vamos para as ruas, o povo para os centros eleitorais, porque eles não entendem de razões, mas sim de mobilização popular. Então vamos nos mover, vamos nos mover. Eles não compreendem a razão do voto popular, que o povo votou por maioria, que há alguns resultados que a CNE vai dar e esses resultados eles sabem que não os favorecem e vão procurar gerar violência. Então vamos analisar o plano antes, durante e depois de uma vez. Defesa do voto. Dê-lhe um abraço com Bolívar, com Chávez, com Maduro e com o povo. Nós ganharemos", afirmou Cabello.
No estado de Táchira, perto da Colômbia, motoqueiros chavistas armados — os "motorizados" — atiraram na direção de membros da oposição que estavam do lado de fora dos centros, aguardando os primeiros resultados. Uma pessoa morreu.
No centro eleitoral do colégio José Manuel Nuñez Ponte de Maripérez (foto), os membros da oposição permaneceram do lado de fora do centro aguardando o resultado da votação, apesar da presença ameaçadora de membros de grupos paramilitares pró-governo e de militares.
Um comunicado publicado pela diplomacia de Argentina, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai pediu que os resultados representem a vontade popular. "Isso somente será possível mediante uma contagem de votos transparente, que permita a verificação e o controle", diz o texto.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)