Missão da ONU sobre atas da oposição: "muito difíceis de falsificar"
A missão de observadores internacionais da ONU enviada para acompanhar as eleições do dia 28 de julho na Venezuela divulgou na noite desta terça, 13, um relatório parcial sobre as eleições, concluído inicialmente em 9 de agosto. O texto valida as atas divulgadas pela oposição. Na resposta oficial ao relatório, a ditadura de Nicolás Maduro...
A missão de observadores internacionais da ONU enviada para acompanhar as eleições do dia 28 de julho na Venezuela divulgou na noite desta terça, 13, um relatório parcial sobre as eleições, concluído inicialmente em 9 de agosto.
O texto valida as atas divulgadas pela oposição.
Na resposta oficial ao relatório, a ditadura de Nicolás Maduro ainda confessou que monitorou os encontros e conversas dos integrantes da Missão da ONU com outras pessoas.
"A Missão analisou uma pequena amostra de documentos que são atualmente de domínio público (incluindo os publicados online pela oposição) e que são relatados como protocolos (atas) de resultados de vários locais de votação. Todos aqueles que foram revisados apresentam todos os dispositivos de segurança dos protocolos originais dos resultados. Isso sugere que uma medida fundamental de salvaguarda da transparência estaria disponível, conforme planejado, em relação a quaisquer resultados publicados oficialmente", diz o texto.
Em relação às características de segurança, diz a Missão:
"O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) adotou medidas para produção de protocolos de resultados documentos impressos (atas), em nível de estação de votação. Essa foi uma medida de salvaguarda chave de transparência (ou seja, uma folha de papel), com vários recursos de segurança, como códigos QR e códigos de verificação com assinaturas exclusivas, bem como assinaturas físicas de funcionários e agentes. Esses recursos de segurança, tomados em conjunto, parecem ser muito difíceis de falsificar. O marco legal estipula que cada protocolo original impresso deve ser selado e protegido pelos militares. Cópias deles deveriam ser distribuídas aos funcionários das mesas de votação, fiscais dos partidos e observadores credenciados. Contudo, a Missão recebeu vários relatos de que agentes dos partidos da oposição foram impedidos de obter a referida cópia. Além disso, apesar de garantir que o faria, o CNE não publicou estes protocolos de resultados (atas)", diz a Missão da ONU.
Ao reagir, o regime admitiu a interceptação na comunicação entre os membros da ONU, a oposição e membros do Departamento de Estado americano.
"A opinião emitida em seu texto irresponsável (dos agentes da ONU) não é nada mais que um ato de propaganda que serve aos interesses golpistas da ultradireita venezuelana, com os quais eles conversaram antes, durante e depois das referidas eleições", diz o comunicado do regime.
"Chama a atenção que, durante a estadia deles na Venezuela, os integrantes dessa fingida missão de especialistas tiveram contatos diretos frequentes, por telefone e por meio de videoconferências, com funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos, razão pela qual não há nenhuma dúvida de que suas declarações são produto das instruções hostis emanadas dessa instância", diz o texto.
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Comentários (1)
Avelar Menezes Gomes
2024-08-14 18:44:27O governo Maduro não tem mais nenhum resquício de legitimidade. Terá que tirar a máscara completamente se resolver continuar no poder.