ONG denuncia colapso sanitário em Cuba
Observatório Cubano de Direitos Humanos relata avanço de três epidemias e cobra declaração de emergência nacional
A ONG Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) exigiu que o regime de Miguel Díaz-Canel declare emergência sanitária nacional.
A medida é necessária, segundo a organização, diante do avanço de três epidemias.
Moradores da ilha relatam sintomas como febre alta, dores musculares e articulares, icterícia, diarreia intensa, vômitos e erupções cutâneas.
Os presos também estariam sendo atingidos, e bairros inteiros enfrentam surtos de doenças transmitidas por mosquitos, incluindo dengue, chikungunya e orofaringe.
A situação é agravada pelo acúmulo de lixo nas cidades, ausência de água potável e a fome.
Havana pouco investe em saneamento básico.
"O OCDH exige que o regime cubano, como primeiro passo, reconheça o problema e declare emergência sanitária, além de abordar imediatamente a situação sanitária causada pelo acúmulo de lixo em todas as cidades e vilas do país, a falta de água potável e a fome sofrida por seus cidadãos.
O povo cubano não pode continuar vivendo em meio ao lixo, à doença e ao abandono. Essa catástrofe sanitária não pode mais ser escondida atrás do silêncio oficial ou disfarçada de "dificuldades temporárias", afirma a OCDH.
Sem medicamentos
A emergência sanitária se agrava com a escassez generalizada de remédios e o colapso do sistema hospitalar.
Com isso, familiares de pacientes têm recorrido ao mercado informal ou a doações comunitárias e estrangeiras.
"Há muita incerteza quanto à resposta, entre outros motivos porque muitas pessoas relutam em ir aos centros de saúde, cientes da escassez de recursos e suprimentos médicos. Isso cria um diagnóstico incompleto, que impede uma análise objetiva da situação. Ninguém sabe exatamente a gravidade do problema, exceto pelo número de pessoas doentes em bairros, locais de trabalho e escolas", disseram médicos à ONG.
A falta de diagnóstico adequado é outro empecilho para um tratamento adequado.
Os hospitais também estão sem testes laboratoriais e sem equipamentos básicos para identificar as doenças.
Sem luz
A crise energética tem provocado apagões que ultrapassam 20 horas diárias em cidades como Santiago de Cuba e Holguín.
Em Havana, os cortes de energia duram até dez horas por dia.
O Ministério de Energia e Minas do país foi obrigado a reconhecer que rede elétrica nacional de Cuba entrou em colapso em setembro.
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Comentários (1)
Clayton De Souza pontes
2025-10-23 20:22:52Lamentável situação da população. Os governantes poderiam desapegar do poder e ver se a abertura dá alguma chance pro povo