“O Sistema de Justiça brasileiro está virando um grande Gilmarpalooza”
Transparência Internacional - Brasil reagiu aos valores do contrato firmado entre o Banco Master e o escritório da esposa de Alexandre de Moraes
Diante da notícia de que o escritório Barci de Moraes, no qual trabalha Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, firmou um contrato de 129 milhões de reais por três anos com o Banco Master, a ONG Transparência Internacional - Brasil afirmou nesta terça-feira, 9, que o Judiciário brasileiro está virando "um grande Gilmarpalooza", fórum organizado pelo IDP –Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa– de Gilmar Mendes, no qual as elites política, judicial e empresarial brasileiras se reúnem longe do povo.
"R$ 129 milhões é o valor do contrato da esposa do ministro com o Banco Master. O Sistema de Justiça brasileiro está virando um grande Gilmarpalooza", escreveu a organização anticorrupção no X.
O contrato
Conforme publicou O Globo, o escritório da esposa de Moraes recebia 3,6 milhões de reais por mês desde 2024, quando o contrato entrou em vigor.
Os valores constam em bens apreendidos na operação Compliance Zero, na qual foi preso o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Master.
O documento não foi propriamente apreendido, mas os valores estavam em formato digital no celular de Vorcaro.
Com escopo bastante amplo, o contrato previa que o escritório representasse o Master onde fosse necessário.
Mensagens trocadas entre Vorcaro e sua equipe indicam que os pagamentos para o escritório de Viviane Barci de Moraes eram prioridade e “não podiam deixar de ser feitos em hipótese alguma”, segundo o jornal.
Lobby judicial
Para a Transparência Internacional – Brasil, o Gilmarpalooza é atualmente o “maior evento de lobby judicial do planeta”.
“O Fórum de Lisboa – ou ‘Gilmarpalooza’ – é hoje o maior evento de lobby judicial do planeta. Sem qualquer transparência sobre as verbas públicas, patrocínios privados e conflitos de interesses, não projeta para o mundo um Brasil cosmopolita e inserido nos debates contemporâneos, mas sim um país preso ao clientelismo.
Debater os impactos da inteligência artificial não traz a comunidade jurídica brasileira ao século XXI. Romper com o patrimonialismo profundamente arraigado seria a verdadeira e tão necessária modernização deste estamento.”
O decano, no entanto, não se importa com as críticas ao evento.
"As pessoas brincam com o nome Gilmarpalooza. A gente acha graça. Acha engraçado. Sabe assim, a rigor, é um case de sucesso", afirmou Gilmar à BBC Brasil.
Para ele, "falar mal" do Gilmarpalooza é "ótimo".
Leia mais: O que Gilmar acha do nome ‘Gilmarpalooza’
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Comentários (1)
Flavio marega
2025-12-09 11:23:40TÁ TUDO DOMINADO.