O ressentimento de Eduardo Bolsonaro com Mourão
Deputado federal aproveitou postagem de JD Vance, vice de Trump, para cutucar o senador por comentário antigo sobre a Venezuela

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP, foto) aproveitou um post de JD Vance, vice-presidente de Donald Trump, no X para cutucar o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) pela época de vice-presidente da República de Jair Bolsonaro.
"Matar membros de cartéis que envenenam nossos concidadãos é o melhor e mais elevado uso de nossas forças armadas", disse Vance, defendendo a ação do exército americano contra uma embarcação da organização criminosa Trem de Aragua (TDA), da Venezuela.
"ISSO DAQUI É UM VICE-PRESIDENTE!", elogiou Eduardo, em caixa alta no seu post no X, seguindo:
"Quem tem bússola moral sabe o que é o certo. O certo é combater o crime. A morte é opção do criminoso quando resolve delinquir e não se entregar. Vice de verdade jamais falaria: 'ainda bem que na Venezuela o povo está desarmado, se não estaria em guerra civil'".
Mourão
Quem disse a frase citada pelo deputado federal foi Mourão, durante reunião do Grupo de Lima na Colômbia, no longínquo fevereiro de 2019, nem no início do governo Bolsonaro.
"A gente tem que buscar um diálogo com alguém que fale pelas Forças Armadas, a gente tinha que abrir um canal de diálogo com as Forças Armadas venezuelanas. Com ele [Maduro], não", defendeu o então vice-presidente, emendando:
"Não tem outra solução, enquanto ele tiver apoio militar. A população contrária a Maduro está desarmada e tem que estar, porque, senão, iríamos para uma guerra civil que seria horrível para o continente."
Trama golpista
Apesar de ter sido vice-presidente de Bolsonaro, Mourão não foi incluído entre os implicados pela trama golpista julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista concedida em julho, Mourão disse que não haveria processo sobre tentativa de golpe de Estado caso ele tivesse sido mantido como vice na chapa com Bolsonaro para a eleição de 2022, porque eles teriam conquistado a reeleição.
Ao ser questionado por que foi “escanteado” e substituído pelo general Walter Braga Netto na chapa presidencial, Mourão disse o seguinte:
“Quando o Bolsonaro escolheu, não quis mais que eu fosse o vice dele, ele deixou de me chamar para reunião ministerial, eu não participei de mais nada. Eu acho que, se eu tivesse sido o candidato a vice dele, nós teríamos ganho.”
O senador nega que Bolsonaro tenha tentado dar um golpe.
“Em todas as oportunidades, em nenhum momento ele [Bolsonaro] mencionou qualquer medida que representasse ruptura do ‘status quo’. As nossas conversas sempre foram em torno da transição”, afirmou.
A defesa não parece o bastante para contentar o filho 03 de Bolsonaro.
Leia mais: Mourão nega intenção de golpe por parte de Bolsonaro
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