O que são notas de risco, agências e qual o impacto no Brasil
O que são essas notas de crédito? Como elas impactam países e qual é a situação atual das notas do Brasil?

Recentemente, os Estados Unidos enfrentaram um rebaixamento de sua nota de crédito soberano, caindo de Aaa para Aa1 pela Moody’s, a terceira grande agência a retirar o “triplo A” do país, após S&P fazer um movimento semelhante em 2011 e a Fitch em 2023.
Mas o que são essas notas de crédito? Quais são as principais agências internacionais de classificação de risco, como elas impactam países e qual é a situação atual das notas do Brasil?
O que são notas de crédito?
Notas de crédito, ou ratings, são avaliações que medem a capacidade de um país ou empresa de pagar as suas dívidas. Funcionam como um indicador de risco para investidores, variando de AAA/Aaa (menor risco) a D (inadimplência).
Elas se dividem em grau de investimento (AAA/Aaa a BBB-/Baa3), sinalizando segurança, e grau especulativo (abaixo de BB+/Ba1), indicando maior risco. Cada agência tem suas próprias nomenclaturas de notas. Essas classificações influenciam diretamente os custos de empréstimos e a atratividade para investimentos.
As três principais agências de classificação de risco
As agências Moody’s, Standard & Poor’s (S&P) e Fitch Ratings, conhecidas como “Big Three”, dominam o mercado global de ratings. Elas avaliam fatores como dívida pública, responsabilidade fiscal, estabilidade política e crescimento econômico.
A Moody’s, por exemplo, justificou o rebaixamento dos EUA pelo aumento da dívida, que atingiu 98% do PIB em 2024, com projeções de 134% até 2035, e pela polarização política que dificulta ajustes fiscais.
Impactos das notas de crédito nos países
Um rebaixamento, como o dos EUA, eleva o risco e, por tabela, os juros exigidos pelos investidores para comprar esses títulos públicos, encarecendo a dívida do governo com o pagamento dessas taxas. Países com notas altas atraem mais capital estrangeiro pelo seu menor risco de darem o calote, enquanto classificações especulativas restringem o acesso, ainda que.
Nos EUA, o rebaixamento causou um aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro, com a taxa de 30 anos superando 5%. Já notas de investimento favorecem economias, reduzindo custos de financiamento.
Situação das notas de crédito do Brasil
O Brasil estaria próximo de recuperar o grau de investimento, perdido em 2015. Pela Moody’s, a nota é Ba1, um degrau abaixo do grau de investimento, com perspectiva positiva após elevação em outubro de 2024.
A Fitch classifica o Brasil como BB, e a S&P como BB-, ambos dois degraus abaixo, com perspectivas estável e positiva, respectivamente.
Esses avanços refletem a necessidade de reformas fiscais e crescimento econômico, mas desafios como o déficit público se aprofundam. Recuperar o “selo de bom pagador” até 2026 atrairia mais investimentos, mas o cenário atual não indica isso como algo muito provável a curto prazo.
As notas de crédito moldam a confiança dos investidores e os custos de financiamento de países. Enquanto os EUA enfrentam desafios com sua dívida, o Brasil pode, num cenário otimista, recuperar seu grau de investimento nos próximos anos, com impactos positivos em sua economia, se domar a dívida pública.
Como vimos, monitorar essas classificações é essencial para entender o cenário financeiro mundial.
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