O que os dois vencedores do primeiro turno do Chile têm em comum
O candidato de direita José Antonio Kast (foto) foi o vencedor do primeiro turno das eleições no Chile, com 27,9% dos votos. Em segundo lugar ficou Gabriel Boric, de esquerda, com 25,8%. Os dois disputarão o segundo turno em 19 de dezembro. Apesar de estarem em polos opostos, Kast e Boric compartilham várias características. Os dois...
O candidato de direita José Antonio Kast (foto) foi o vencedor do primeiro turno das eleições no Chile, com 27,9% dos votos. Em segundo lugar ficou Gabriel Boric, de esquerda, com 25,8%. Os dois disputarão o segundo turno em 19 de dezembro.
Apesar de estarem em polos opostos, Kast e Boric compartilham várias características.
Os dois não pertencem a nenhum dos partidos tradicionais que governaram o Chile nos últimos 30 anos, como o Partido Socialista, de Michelle Bachelet, ou a coalizão Chile Vamos, do presidente Sebastián Piñera.
Além disso, os dois podem ser considerados populistas, que se apresentam como os únicos representantes legítimos de um povo injustiçado.
"Boric e Kast moldaram discursos populistas em que se presume que existe uma elite conspirando contra o povo. Boric alude aos ricos contra o resto. Kast fala da classe política contra o cidadão comum", diz Jorge Gomez Arismendi, pesquisador da Fundação para o Progresso, FPP, em Santiago.
Ambos também têm programas e ideias que passam longe de moderação democrática.
Para Arismendi, o extremismo de Boric está relacionado à sua ambiguidade em relação ao que seus aliados promovem e ao projeto que pretende estabelecer no Chile. Boric tem como aliados não só o Partido Comunista, que acredita que um país onde um único partido monopoliza o poder por 60 anos, como Cuba, é uma democracia, mas também partidários do regime chavista que disseram que a Venezuela é uma democracia superior à chilena. "Eles dizem que querem que o Chile seja como a Nova Zelândia, mas isso implicaria chamá-los de social-democratas, coisa que eles não são", diz Arismendi.
Kast é radical por tentar suavizar o que aconteceu durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). "Embora ele tenha dito que rejeita as violações dos direitos humanos, Kast faz constantes referências à ditadura e cultiva um certo militarismo, o que agrava suas posições polarizadoras e também se reflete em algumas de suas propostas", diz o pesquisador.
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Comentários (1)
FRANCISCO AMAURY GONÇALVES FEITOSA
2021-11-22 18:21:33se os comunas voltatem ao poder vale asilo na Venezuela?