O que os americanos esperam do 'tarifaço' de Trump
73% dos americanos acreditam que os preços dos itens que compram todos os dias aumentarão nos próximos seis meses, indica pesquisa

Pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta terça-feira, 8, apontou que a maioria dos americanos é contrária ao 'tarifaço' imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o levantamento, realizado entre 4 e 6 de abril com 1.027 pessoas, 57% dos entrevistados disseram se opor às tarifas adicionais aplicadas pela Casa Branca aos outros países, enquanto 39% se mostraram favoráveis.
Por outro lado, 52% dos americanos disseram concordar com Trump que os outros países estariam tirando vantagem dos EUA no comércio internacional.
Com o 'tarifaço', 73% dos americanos acreditam que os preços dos itens que compram todos os dias aumentarão nos próximos seis meses.
O "inverno nuclear econômico" iniciado por Trump
O bilionário Bill Ackman, apoiador declarado de Trump na eleição presidencial americana em 2024 e CEO da Pershing Square Capital Management, classificou o 'tarifaço' anunciado pelo republicano como um "erro".
Para o investidor, as outras nações "tiraram vantagem dos EUA, protegendo suas indústrias nacionais às custas de milhões de empregos e do crescimento econômico do nosso país".
"Mas, ao impor tarifas enormes e desproporcionais aos nossos amigos e inimigos e, assim, lançar uma guerra econômica global contra o mundo inteiro de uma só vez, estamos no processo de destruir a confiança em nosso país como um parceiro comercial, como um lugar para fazer negócios e como um mercado para investir capital", acrescentou.
Na avaliação de Ackman, os Estados Unidos caminham para um "inverno nuclear econômico" caso o presidente americano prossiga com a sua nova política tarifária, referindo-se a um efeito do resfriamento climático decorrente de uma guerra nuclear em larga escala.
"O presidente tem a oportunidade de pedir um período de 90 dias, negociar e resolver acordos tarifários assimétricos injustos e induzir trilhões de dólares em novos investimentos em nosso país. Se, por outro lado, em 9 de abril lançarmos uma guerra nuclear econômica contra todos os países do mundo, os investimentos empresariais serão interrompidos, os consumidores fecharão suas carteiras e bolsos, e prejudicaremos gravemente nossa reputação com o resto do mundo, o que levará anos e potencialmente décadas para ser reabilitado", afirmou.
"Negócios são um jogo de confiança. O presidente está perdendo a confiança dos líderes empresariais ao redor do mundo. As consequências para o nosso país e para os milhões de nossos cidadãos que apoiaram o presidente — em particular os consumidores de baixa renda que já estão sob uma enorme quantidade de estresse econômico — serão severamente negativas. Não foi para isso que votamos", acrescentou.
Mais tarifas
A Casa Branca anunciou tarifas adicionais de 50% sobre os produtos importados da China.
Na segunda, 7, o presidente americano, Donald Trump, havia ameaçado impor mais tarifas aos produtos chineses, caso Pequim não retirasse as tarifas retaliatórias de 34% anunciadas na semana passada.
Como Pequim não recusou, tarifas de 104% entrarão em vigor a partir de quarta-feira, 9.
“Países como a China, que escolheram retaliar e tentar redobrar seus maus-tratos aos trabalhadores americanos, estão cometendo um erro. O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço e não vai quebrar, e a América não vai quebrar sob sua liderança. Ele é guiado por uma firme crença de que a América deve ser capaz de produzir bens essenciais para nosso próprio povo e exportá-los para o resto do mundo”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
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