O poder eleitoral do preço dos alimentos
Trump sugeriu que sua vitória foi concretizada pela alta no preço dos alimentos. No Brasil, a eleição pode ser influenciada pelo mesmo tema
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Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump atribuiu parte de sua vitória contra a democrata Kamala Harris à alta no preço dos alimentos durante o governo de seu antecessor, Joe Biden.
"Uma palavra muito simples, mantimentos. Tipo quase – você sabe, quem usa a palavra? [mantimentos] Eu comecei a usar a palavra. Quando você compra maçãs, quando você compra bacon, quando você compra ovos, eles dobravam e triplicavam o preço em um curto período de tempo, e eu ganhei uma eleição com base nisso", disse a Fox News.
Por várias vezes, Trump citou o aumento de 20% no valor dos alimentos nos supermercados sob a gestão Biden-Kamala.
Cerca de 75% dos eleitores republicanos disseram ter enfrentado "dificuldades severas", segundo o jornal inglês The Guardian.
Nos dois primeiros anos de governo Biden, a inflação chegou a bater 9%.
Como consequência, o preço dos alimentos subiu em 13,5%.
Para se ter ideia, a precificação dos ovos aumentou em 28% no país, com a dúzia custando US$ 6, o equivalente a R$ 37.
Os dados foram publicados pela Earnest Analytics.
Segundo o Instituto Ipsos, a economia era o tema de maior preocupação dos americanos.
Entre os cinco tópicos mais importantes, constava o preço dos alimentos.
Preocupação de Lula
O presidente Lula (PT) teme que a alta dos preços dos alimentos reduza ainda mais a confiança dos brasileiros sobre o governo.
Na primeira pesquisa Genial/Quaest deste ano, 83% dos entrevistados afirmaram que os produtos estão mais caros desde novembro de 2024.
Em 2024, a inflação dos alimentos foi de 8,23%.
Dados do IBGE indicaram o preço do tomate subiu em 17,12%, e o café moído, 7,07%.
A cesta básica ficou 14,24% mais cara no ano passado.
A solução encontrada por Lula foi dizer ao povo para ter "consciência e não comprar aquilo que acha que está caro".
"Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Você sabe disso. Se você vai no supermercado aí em Salvador e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Olha, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que ele acha está caro, quem está vendendo vai ter que abaixar para vender, porque se não vai estragar“, disse em entrevista a rádios da Bahia.
No mês passado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, teve outra ideia 'genial' para resolver o aumento dos alimentos.
"Por exemplo, a laranja. Vários jornalistas econômicos já fizeram matérias reportando a diminuição drástica de produção nos Estados Unidos, que é um dos maiores produtores do mundo, em função de doenças na plantação", disse Costa.
Até mesmo a mudança da validade dos alimentos foi ideia cogitada pelo governo, porém, descartada posteriormente.
A base aliada de Lula se mexe no Congresso para tentar reduzir a crise.
O senador Beto Fato (PT) apresentou um projeto de lei para tabelar o preço dos alimentos essenciais para o brasileiro, entre os quais o arroz, feijão e mandioca.
Talvez a solução factível seja mais próxima do que sugeriu o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), em publicação no X.
"A população está sofrendo muito com o preço da comida. E a melhor forma de controlar preço do alimento é controlar o gasto público", escreveu o deputado.
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Comentários (2)
Ademir Fenicio
2025-02-07 20:50:47nóis come lagouxstas, dormimo em doçéu, e o 6 come grama se a arface tá cara.
Ademir Fenicio
2025-02-07 20:50:47nóis come lagouxstas, dormimo em doçéu, e o 6 come grama se a arface tá cara.