O peso dos salários do funcionalismo
Os servidores públicos federais ganham no Brasil em média 96% a mais do que os trabalhadores que exercem função similar na iniciativa privada, segundo estudo do Banco Mundial Gestão de Pessoas e Folhas de Pagamento no Setor Público Brasileiro -- o que os dados dizem?, lançado nesta quarta-feira, 9, com o Ministério da Economia. Com...
Os servidores públicos federais ganham no Brasil em média 96% a mais do que os trabalhadores que exercem função similar na iniciativa privada, segundo estudo do Banco Mundial Gestão de Pessoas e Folhas de Pagamento no Setor Público Brasileiro -- o que os dados dizem?, lançado nesta quarta-feira, 9, com o Ministério da Economia.
Com a diferença, o chamado "prêmio salarial" do funcionalismo federal é o mais alto numa comparação entre 53 países pesquisados pelo Bird. Nos estados, os salários dos servidores são em média 36% mais elevados, mas nos municípios, não há diferença entre o salário no serviço público e na iniciativa privada.
O estudo apontou uma dispersão salarial alta e desigualdade entre as carreiras do funcionalismo público. Em 2019, 44% dos servidores do Executivo recebem mais de 10 mil reais por mês, 22%, mais de 15 mil reais, e 11%, mais de 20 mil reais. E 1% continua ganhando acima do teto salarial do funcionalismo, de 33.763 reais, valor dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
O Banco Mundial chamou a atenção da importância da política salarial dos sevidores para as finanças públicas nos próximos anos no Brasil. O país gasta por ano 10% do Produto Interno Bruto para pagar os salários e vencimentos de 11,5 milhões de servidores ativos da União, estados e municípios.
Segundo o Bird, o gasto do setor público brasileiro com a folha salarial é alto para os padrões internacionais, mas o número de servidores não é anormalmente elevado em relação a outros países. O estudo mostrou que houve um crescimento da folha de pagamento do setor público na última década por causa de aumentos salariais muito superiores à inflação. Os reajustes foram concedidos mesmo quando houve queda na arrecadação dos governos. No governo federal, o gasto com pessoal ativo cresceu 2,5% anualmente entre 2008 e 2018.
Entre os problemas detectados pelo banco, estão altos salários iniciais, que chegam a 20 mil reais em carreiras ligadas à Justiça. Além disso, a rápida possibilidade de ascensão e pagamentos por desempenho que na prática não diferenciam a performance dos servidores inibem a maior eficiência e a produtividade.
O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), pretende enviar ao Congresso uma proposta de reforma administrativa para mudar a política salarial e a estrutura das carreiras no serviço público. A expectativa é que a proposta seja divulgada assim que a reforma da Previdência for aprovada no Senado.
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Comentários (10)
H. Romeu Pinto
2019-10-11 20:06:59Uma conspiração dos maçons e dos Rosacruzes, quiça da Opus Dei, para achincalhar os depauperados servidores do Executivo, os únicos que trabalham de fato. Ou alguém já viu servidor público DO EXECUTIVO (desde que não seja parente de Ali Babá) ter casa em Portugal? Em Paris? Em Miami? Por outro lado, experimente ficar 1 mês sem policiais ou médicos... rsrs Que tal 1 mês sem garis? (Estou aplaudindo de pé). Agora serventuários da justiça precisam avisar que estão em greve ou ninguém percebe. Rsrs
Edson
2019-10-10 12:59:40É lamentável essa matéria incompleta... gostaria de ver publicada a realidade dos 3 Poderes! Sempre o Executivo é o mais afetado pelas medidas e campanha contra o servidor público, incapaz de punir os maus beneficiados por apadrinhamento. Quem faz esse mesmo tipo de reforma no Legislativo e Judiciário? E sobre as dezenas de milhares de comissionados? Vamos falar de austeridade? Então TODOS têm de entrar, simultaneamente, nessa reforma: os 3 Poderes, Estados e Municípios"
IEDO
2019-10-10 07:35:38Nem 8 nem 80! Ouvi dizer que um certo presidente do Brasil manteve o funcionalismo sem reajustes durante oito anos! Esse problema deve ser tratado com racionalidade, estabelecendo-se uma pontuação/valor para cada cargo a fim se evitar o efeito tesoura que acontece quando um cargo de menor importância é remunerado acima do seu valor.
Leandro
2019-10-09 20:02:43PARECE ATE BLACK FRIDAY - "Ä METADE PELO DOBRO", OU SEJA A METADE DO TRABALHO PELO DOBRO DO SALARIO.
Barros
2019-10-09 18:32:15Doa a quem doer. A produtividade do funcionário público, em relação ao salário, é pífia. Tem estabilidade no emprego, não é cobrado por produtividade e tem uma aposentadoria, que o simples mortal não alcança. E quem lhe paga esse salário?
Antônio
2019-10-09 17:56:33Sou funcionário público aposentado e sempre que a economia vai mal, a culpa do rombo do INSS recai sobre o funcionário público, sobretudo o do Executivo. O salário do funcionário é alto porque o da iniciativa privada está muito baixo e reprimido pelo excesso de oferta e a baixa demanda de mão de obra. Todos nós, brasileiros, agradecemos aos governantes petistas e pemedebistas pelo caos econômico em que a nação se encontra.
Lins
2019-10-09 17:03:38Essa distorção salarial vergonhosa teve origem nos primórdios da inauguração de Brasília, quando então ninguém queria deixar o Rio de Janeiro para viver na desolada Brasília. Foram os altos salários oferecidos à época mais outra vantagens mil que os convenceu a a ajudar a povoar o planalto central.
Gilberto
2019-10-09 16:37:02E por isso que chamamos servidor publico de MARAJAs. Ganham muito e nao sabemos exatamente qual o retorno por esse salarios altos e todos os beneficios alem do salario que eles tem direito. O servidor publico e um outro pais dentro do Brasil.
Benicio
2019-10-09 15:56:53O Estado Brasileiro é um tremendo dinossauro, pesado (come muito), é lento porque é muito burocrático afinal é necessário inventar tarefas para toda esta gente, de difícil consenso 32 partidos políticos, a qualidade dos serviços é questionável. Precisamos de um estado mínimo, ágil, eficiente que retorne serviços de educação, saúde, segurança e infra estrutura de qualidade.
José S.
2019-10-09 15:29:54Notadamente na área burocrática, ou seja, os que infernam nossa vida, trocando papeizinhos uns com os outros. Eles tem os maiores salários, notadamente os ligados ao judiciário, poderes legislativos. E nas aposentadorias? e nós súditos pagamos a conta. Até onde? Não é por nada que quase todos meus netos estão se preparando pata ir trabalhar no exterior, onde não temos tantos parasitas.