O melhor leitor
Vai nascer o A+C. É o resultado da soma de O Antagonista+ com a Crusoé. E é para lá que eu vou. O número zero da Crusoé foi publicado quatro anos atrás, em 2 de maio de 2018. O Antagonista+ estreou um ano depois. Desde então, sei que nosso melhor leitor é o assinante. Quero...
Vai nascer o A+C. É o resultado da soma de O Antagonista+ com a Crusoé. E é para lá que eu vou.
O número zero da Crusoé foi publicado quatro anos atrás, em 2 de maio de 2018. O Antagonista+ estreou um ano depois. Desde então, sei que nosso melhor leitor é o assinante. Quero passar a maior parte do meu tempo com ele. O plano é escrever para gente mais próxima de mim: para os velhos assinantes, que vieram conosco até aqui (mais de 67 mil), e para os novos assinantes, se aparecer algum.
A questão é empresarial, claro. Mas é sobretudo existencial. Estou caduco, com quase sessenta anos. Chega de ficar berrando na orelha de uns imbecis que caem por acaso em nossa página e emporcalham nossa caixa de mensagens. O assinante é quem pode salvar o jornalismo. Mais importante do que isso (para mim): ele pode me salvar, desinfectando meu ambiente de trabalho.
O modelo baseado em notícias grátis e publicidade automatizada estrangula o jornalismo. De um lado, tira-lhe recursos, pagando uma merreca pelos anúncios. Do outro, privilegia o lixo editorial. O Google se nutre de notinhas sobre Anitta, em detrimento de reportagens sobre as fazendas de Gilmar Mendes, por exemplo. Quero o contrário disso. Se ninguém mais quiser, dane-se: vou continuar querendo.
Uma máxima infame do jornalismo é que jornalista não é notícia. É um jeito covarde de se defender. A imprensa tem de ser escrutinada exatamente como o Palácio da Planalto ou o STF: pela própria imprensa. Há jornalistas corajosos e jornalistas covardes. Um não é igual ao outro. Os primeiros precisam ser lidos; os outros, apedrejados.
O fato, porém, é que a democracia morre sem jornalismo de verdade. Neste momento, não há tanques fumacentos nas ruas, por isso meu discurso pode parecer um tantinho histérico. Mas garanto uma coisa: a censura à imprensa ocorre mesmo assim, imposta pela escória brasiliense, em conluio com os conglomerados da internet. Os novos tanques são algoritmos, homepages e CPMs, pilotados por jornalistas covardes.
A Crusoé sempre tentou corresponder ao seu mote: uma ilha no jornalismo. Minha opinião é que o Brasil está naufragando. E que, sem uma ilha no horizonte, a gente vai se afogar. Vou nadar até lá.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Cirene Costa
2022-04-22 06:32:10O brasil , sem ESPERANÇAS.
Nataly Ramos
2022-04-21 20:37:28Estaremos sempre juntos!!
Luiz
2022-04-21 13:59:56O paralelo entre Anitta e GM foi perfeito. A alusão à ilha me fez lembrar da última cena do filme "Eric, o Viking" (Monty Python), onde a ilha Brasil afunda. Visionários britânicos.
Rafael Julian
2022-04-20 21:53:32Diogo sou assinante de primeira hora do Abtagonistane da Cruzoe e posso te garantir, nunca abandonarei o barco. Vakos nadar juntos até o fim dessa maratona aquática, ou.morrer tentando. Abçs a todos
Rose
2022-04-20 19:49:53Maravilha Diogo meu querido. Estarei lá.
Maria
2022-04-20 16:15:50Continuem, sim! Estamos juntos desde o início! Obrigada!
Fernando Antonio Ramos De Mello
2022-04-20 15:38:23Bola pra frente, estamos juntos !! Parabéns
AMARILIS LEITE GUIMARAES
2022-04-20 14:25:06Serei sempre assinante.
Ronaldo
2022-04-20 14:17:17A teta secou.
Solange Ramon Pereira
2022-04-20 10:36:23Estou contigo. Avante!