O início do fim do governo Lula
Recusa de Pedro Lucas mostra que parlamentares não veem ganho em integrar gestão desaprovada pela população e com eleições se aproximando

A recusa do deputado do União Brasil Pedro Lucas (foto) em assumir o Ministério das Comunicações significa o início do fim do governo Lula.
Para muitos políticos, integrar este governo não é mais algo que rende um bom salário, oportunidade para nomear amigos, fama e capital político.
Melhor é ficar de fora e ver o barco afundar.
A desaprovação do governo Lula bateu 57,4% segundo a Paraná Pesquisas, um índice 18 pontos acima da aprovação.
Isso praticamente inviabiliza que Lula consiga mais quatro anos à frente do país, em 2026.
Sendo assim, muitos políticos já entendem que, no ano que vem, é melhor se vender como oposição do que como situação.
Poucos vão querer subir no palanque ao lado de Lula ou botar a foto do presidente em seu santinho.
Desincompatibilização do cargo
Espera-se que partidos do Centrão abandondem o governo nos próximos doze meses, provavelmente até abril do ano que vem, quando os políticos devem deixar seus cargos se quiserem concorrer a um novo posto.
A debandada, quando vier, deixará ainda mais difícil para este governo aprovar qualquer coisa no Congresso, seja a PEC da Segurança Pública ou um plano de saúde popular.
E também aumenta o risco de que pautas avessas ao governo Lula ganhem tração, como o PL da Anistia ou propostas que tentam coibir o ativismo do Supremo Tribunal Federal, o STF.
A aprovação da urgência do projeto de lei da anistia na semana passada já foi uma sinalização de que muitos parlamantares não veem mais problema em se indispor com o governo.
Gleisi Hofmmann
Segundo conversas de corredores, a ministra das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann teria ameaçado demitir ministros caso seus partidos aprovassem o projeto de lei da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.
Do jeito que este governo vai, é bem possível que vários ministros estivessem justamente torcendo para serem expulsos do governo.
As ameaças de Gleisi não assustam mais ninguém.
PL da anistia
A esperança do governo é conter o projeto de lei da anistia se aproximando de Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, e de Davi Alcolumbre, o presidente do Senado.
Os dois foram convidados para integrar a comitiva de Lula para o funeral do papa Francisco, em Roma.
Lula quer tê-los a seu lado, para que eles não se atrevam a pautar o projeto da anistia nas Casas legislativas.
Seja como for, a chance de o governo aprovar qualquer projeto no Congresso só tende a diminuir nos próximos meses.
Consórcio com o STF
Para compensar sua fragilidade no Congresso, restará ao governo Lula se agarrar ao consórcio que foi feito com o STF.
Mas nem essa saída está garantida, uma vez que o Legislativo já entendeu esse jogo e o reprova.
"Já faz tempo que o Congresso está 'grávido' de movimentos de limitação do Judiciário, como a criação da CPI da Lava-Toga, da proibição de decisões monocráticas, e da criação de mandatos fixos para ministros", escreveu Leonardo Barreto em Crusoé.
A reação política do baixo clero tem sido barrada pelos líderes das Casas, mas pode ganhar força a qualquer momento.
"É impossível não achar que está se ensaiando um abraço de afogados", afirmou Barreto, falando da dobradinha entre o governo e o STF.
Este é o início do fim deste governo, que dá seus últimos suspiros.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (2)
Andre Luis Dos Santos
2025-04-23 16:53:46Divertido demais 🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Clayton De Souza pontes
2025-04-23 16:29:48Está claro que o governo, com seus partidos satélites, usa a força do STF pra avançar com suas políticas. O Marco temporal e o porte de drogas são bons exemplos disso. A punição aos vândalos e mentores do golpe vai depender do interesse na polarização com o Bolsonaro para a próxima eleição