O fóssil roubado que voltou ao Ceará — e os outros que estão a caminho
Pelas ilustrações, o dinossauro conhecido como Ubirajara jubatus era estranhíssimo: um rabo maior que todo o corpo, um bico arredondado, braços curtos como um T-Rex. O bicho, que viveu entre 145 e 66 milhões de anos atrás no Cariri, ganhou importância por ser a primeira espécie não aviária de dinossauro encontrada com material semelhante a penas...
Pelas ilustrações, o dinossauro conhecido como Ubirajara jubatus era estranhíssimo: um rabo maior que todo o corpo, um bico arredondado, braços curtos como um T-Rex. O bicho, que viveu entre 145 e 66 milhões de anos atrás no Cariri, ganhou importância por ser a primeira espécie não aviária de dinossauro encontrada com material semelhante a penas preservado na América Latina, um verdadeiro marco na paleontologia.
Ele é também um marco na disputa diplomática. Isso porque o que restou do jubatus foi retiradas ilegalmente do interior do Ceará em 1995 e levado para museus na Alemanha, contrariando a preservação pelo país natal.
Após uma longa batalha diplomática, encabeçada por paleontólogos brasileiros, Berlim concordou no ano passado em devolver as placas com o resto fossilizado do dino, que agora permanecerá em exposição por uma semana no geoparque da região.
As placas com o resto do animal foram recebidas com alguma pompa em Fortaleza — mesmo o governador Elmano Ferrer (PT) recebeu a peça, que agora ficará sob responsabilidade da Universidade Regional do Cariri (Urca).
O caso do jubatus devem significar uma nova etapa na luta de repatriação de conteúdo tirado do Brasil — enquanto países africanos e asiáticos lutam para que museus europeus devolvam suas peças históricas e até sagradas, o Brasil deve travar uma batalha legal, literalmente, pelos seus restos mortais.
E já há avanços nesta área: segundo o diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado no município de Santana do Cariri, Allyson Pinheiro, a França já ordenou que mais de mil peças com fósseis brasileiros sejam restituídos às autoridades brasileiras. Um lote de 46 deles são da região do Cariri, que também foi lar do jubatus.
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Comentários (2)
Amaury G Feitosa
2023-06-27 12:24:17O Ceará deveria aposentar dezenas de fósseis inúteis que perambulam na política do Estado causando males incomensuráveis ... vá gostar de fóssil assim lá na P.Q.P. ... affe !!!
Marcia Jorge Bergo
2023-06-26 14:08:23Tomara que seja bem preservado. Os fósseis encontrados na Gruta de Maquiné foram levados para a Dinamarca, exceto um. Este único que ficou foi perdido num incêndio. Na Dinamarca, conservaram até os jornais usados para embalar o material.