O facão de Evo Morales
O cocaleiro voltou a reclamar de Luis Arce, atual presidente da Bolívia e seu atual desafeto

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales (foto) chamou a atenção nesta quarta-feira, 23, ao publicar em suas redes sociais uma imagem em que lidera um grupo de apoiadores caminhando com facões nas mãos.
Além da imagem, ele voltou a reclamar de Luis Arce Catacora, atual presidente boliviano e seu atual desafeto.
"Luis Arce encerrará seu governo com três legados: destruir a economia do país em tempo recorde, eliminar o partido que o levou à presidência e entregar o governo ao neoliberalismo. Não se trata de erros ou coincidências, mas de uma ação deliberada para subornar líderes privilegiados e destruir o Processo de Mudança", escreveu Evo.
"Fizeram isso dividindo nossas organizações sociais, usando o sistema judiciário como arma política e exercendo violência contra aqueles que pensam diferente. É por isso que perseguem nossos irmãos e irmãs camponeses, bloqueiam a candidatura do povo e governam sem o povo. Essa traição ficará registrada na história como um dos maiores retrocessos desde a restauração da democracia."
"Diante disso, não desistimos. Nosso dever é reconstruir a unidade do movimento popular, resgatar a consciência do povo e defender o horizonte do Processo de Mudança. Porque quando um governo nos trai, é o povo que se levanta. E retornaremos mais fortes, mais dignos e mais esperançosos", disse o boliviano.
Luis Arce terminará su gobierno con tres legados: destruir la economía del país en tiempo récord, desaparecer al partido que lo llevó a la presidencia, y entregarle el gobierno al neoliberalismo. No se trata de errores ni casualidades, sino de una acción deliberada para comprar… pic.twitter.com/iZpA99MLnW
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) July 23, 2025
A postura de Evo não surpreende.
Proibido de concorrer à Presidência, ele e sua tropa de choque, formada principalmente por plantadores de coca, a matéria-prima da cocaína e do crack, têm bloqueado diversas estradas na Bolívia, ameaçando o país com uma convulsão social.
Morales nunca se curvou à lei. Tanto que ele tentou um quarto mandato nas urnas, mesmo após a população votar contra essa possibilidade em um referendo, em 2016.
Os cocaleiros querem que o governo, comandado pelo presidente Luis Arce, declare os processos na Justiça contra Morales "sem efeito". Também querem que Morales seja declarado como candidato presidencial.
Bloquear estradas é a principal especialidade de Morales, que ascendeu na política gerando o caos no país com o fechamento das vias de tráfego.
Seu poder reside principalmente na capacidade de botar fogo no país, provocar violência e deixar a população das grandes cidades sem mantimentos.
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